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12/10/2000 - 05h13

Música regional consegue espaço alternativo

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da Folha de S.Paulo

A música regional, aquela que resiste longe da vida urbana, conquista espaço alternativo no mercado fonográfico brasileiro. Ainda não constitui empreitada similar à do pesquisador Marcus Pereira, morto em 82, que fez de sua gravadora independente homônima "uma fotografia aérea musical" do país, como dizia.

Cita-se, por exemplo, o projeto Música do Brasil, um dos mais completos registros da diversidade rítmica nacional, encabeçado pelo pesquisador Hermano Vianna. O resultado foi transformado em 15 programas de TV (exibidos recentemente pela MTV), quatro CDs e um livro.

O CD "Nação Erê", lançado agora pela coleção "Erê - Crianças que Tocam o Brasil", do selo paulista Palavra Cantada, é embrionário do projeto Canções do Brasil. Os produtores Paulo Tatit e Sandra Peres percorreram 26 Estados e recolheram canções interpretadas por crianças.

"Não é propriamente um registro folclórico, mas espontâneo. Na maioria dos grupos que conhecemos, as crianças cantam e tocam como se estivessem brincando", afirma Sandra, 37. Foram percorridas cidades como Bodoquena (MS), Canuaná (TO), Aquiraz (CE), Justinópolis (MG) e Roda D'Água (ES).

O Nação Erê foi um dos encontros felizes que ganharam um CD solo. Já os demais grupos participarão de uma coletânea, "Canções do Brasil", com 26 faixas (uma para cada Estado). O lançamento deve acontecer em março de 2001. Orçado em R$ 392 mil, o projeto prevê ainda um encarte com 128 páginas que irá documentar a viagem.

Em Recife, a África Produções, que surgiu há oito anos em Olinda e depois foi transferida para a capital, já lançou dois CDs do projeto "Pernambuco em Concerto", festival anual que reúne 13 atrações divididas entre artistas experimentais e tradicionais do Estado. "A diversidade dá o tom, do rock ao rap, passando pelo maracatu", afirma o diretor da produtora, Afonso Oliveira, 31.

Em Belo Horizonte, a Lapa Discos (0/xx/31/241-1293) também investe no resgate de linguagens musicais populares. Há três anos, lançou "Os Negreiros do Rosário", um registro das congadas da irmandade de Oliveira (MG).

O acervo da gravadora Marcus Pereira foi transferido há três anos para a EMI, assim que essa incorporou a Copacabana, que detinha os direitos.

Segundo o gerente de marketing da EMI, Maurício Dias, 36, foram relançados, até agora, apenas cinco títulos do catálogo. Saíram dois CDs do Quinteto Armorial ("Sete Flechas" e "Do Romance ao Galope Nordestino"), dois de Cartola ("Disfarce" e "O Mundo É um Moinho") e "Arthur Moreira Lima Interpreta Nazareth".

"Por enquanto não temos perspectiva de fazer novos lançamentos. São discos difíceis de serem trabalhados, muito regionais", afirma Dias. Constam do catálogo original da Marcus Pereira cerca de 120 títulos.
(VS)

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