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08/03/2005 - 18h19

Crítica por falta de patrocínio municipal domina Prêmio Shell de Teatro

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da Folha Online

Como a gestão José Serra ainda não se pronunciou a respeito da Lei de Fomento à Cultura --oficialmente, o departamento jurídico da Secretaria Municipal da Cultura ainda está analisando a questão--, os artistas que participaram ontem da 17ª edição do Prêmio Shell de Teatro São Paulo aproveitaram o palco para protestar pela causa.

Apesar de tratar-se de uma lei, o que implica teoricamente em um aporte fixo de R$ 9 milhões aos projetos inscritos, na prática o impasse pela liberação de verbas e a quantia a ser destinada às produções do Programa de Fomento ao Teatro preocupam os profissionais da área.

Os atores e suas companhias temem pela não-continuidade do programa -- já que até o momento a secretaria não formou a comissão que escolhe esses projetos. Como a gestão Marta Suplicy não pagou algumas parcelas do fomento, alguns grupos não têm como pagar os seus credores e podem ir à falência

"Existe o orçamento mas e a disponibilidade para executá-lo?", questiona o ator Ney Piacentini, da Companhia do Latão.

No palco, após receber o prêmio de melhor categoria especial com o grupo Cia. Livre, pelo projeto "Arena conta Arena 50 anos", a diretora Cibele Forjaz não se conteve: "Os três anos de existência dessa legislação provocou uma verdadeira primavera teatral em São Paulo. Com um dinheiro pequeno, cada grupo fez um pequeno milagre. A Lei de Fomento nos fortalece e pode ser a primeira de muitas, se ela cair, caímos todos".

Premiado como melhor ator pela peça "O Mercador de Veneza", Luís Damasceno conta o que a maioria das pessoas ouve falar, mas sequer tem idéia do que acontece na prática. "Um espetáculo pode consumir um ano somente de captação de verbas. O ator que, em geral, não possui afinidade com as ciências exatas acaba se envolvendo com uma série de documentos. Não é à toa que hoje há profissionais especializados nessa área. Daí a importância de um incentivo governamental", relata.

Segundo ele, até um projeto ser aprovado é preciso paciência. "Cada empresa segue um regulamento. Os relatórios precisam se adaptar a eles, o que não é fácil", diz. Para Damasceno, uma peça de teatro de baixo custo não sai por menos de R$ 100 mil, sendo que metade desse valor vai para a publicidade.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal da Cultura, uma definição sobre os novos rumos da legislação deverá sair nos próximos dias. Neste ano, 72 projetos se inscreveram no programa durante o prazo oficial, que começou janeiro passado. Em três anos da iniciativa, 79 espetáculos foram criados por 53 grupos de teatro e teve cerca de 1,3 milhão de espectadores.

Aprovado em 2001, o projeto de lei do vereador Vicente Cândido (PT), que institui o Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, recebe dotação da Secretaria Municipal de Cultura para investir na produção de montagens teatrais e na difusão das artes cênicas em São Paulo.
A lei foi resultado do movimento "Arte contra a Barbárie", formado em 1999 por sete companhias teatrais de São Paulo.

Especial
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