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12/10/2000
-
05h41
MILLY LACOMBE, da Folha de S.Paulo
Guerras são boas. Pelo menos em Hollywood. E bem-vindas, desde que Spielberg e seu "O Resgate do Soldado Ryan" (98) trataram de restabelecer o gênero.
Aproveitando a maré favorável, o diretor e roteirista Jonathan Mostow, 38, conseguiu que "U-571 - A Batalha do Atlântico", um filme de espionagem submarina que se passa durante a Segunda Guerra e que foi por ele roteirizado em 92, entrasse em produção.
Se depender de "U-571" -no qual marinheiros americanos tentam roubar de um submarino alemão um aparelho de comunicação usado pelos nazistas para passar segredos de guerra-, não será desta vez que Hollywood virará as costas para projetos bélicos.
"Há charme em ver homens jovens e bonitos num ambiente claustrofóbico, sob pressão e vivendo situações estressantes", disse o diretor à Folha.
Mostow chamou Bill Paxton ("Twister", 96) e Matthew McConaughey ("Tempo de Matar", 96) para o sólido elenco, que tinha ainda o rock star Jon Bon Jovi e o veterano Harvey Keitel.
"Precisava de um elenco forte, mas jovem, porque, ao contrário do que se imagina, esses submarinos eram tripulados por garotos de 17, 18 anos, por oficiais na faixa dos 20 e por capitães com 30 e poucos anos", disse. "E não abriria mão de Paxton."
Paxton aceitou viver o capitão Dahlgren porque "é sempre intrigante quando você se encontra na situação de ter o poder nas mãos e, ao mesmo tempo, tem de lutar para ser aceito e respeitado".
Depois de aprovado o orçamento de US$ 62 milhões, uma nova fase teve início. "Decidimos filmar na ilha de Malta, porque só lá havia um tanque suficientemente grande para reproduzir o Atlântico", disse Mostow. Três réplicas de submarinos de guerra foram feitas lá. "Para uma das cenas, quando os americanos tentam invadir a embarcação alemã, precisamos jogar, em ritmo constante, 60 mil litros de água salgada por minuto no tanque. Foi insano."
"O problema não era atuar com toda aquela água salgada no meu rosto", disse Paxton. "Meu maior medo era a fiação de alta voltagem que nos cercava, a centímetros da água. O pavor nos meus olhos é, provavelmente, bem real."
Logo depois do lançamento do filme nos EUA, em abril, o diretor passou a receber críticas dos britânicos, porque a história na qual o filme se baseia aconteceu com um submarino inglês, e o americano Mostow não pensou duas vezes para se apoderar do feito, considerado por Winston Churchill e pelo rei George 6º como um dos grandes propulsores da virada dos aliados rumo à vitória.
"Isso é uma grande bobagem", disse Paxton. "O filme é apenas uma ficção, baseada em dados não-fictícios. Só isso." Em resposta, Mostow disse: "Depois que passei seis meses tentando descobrir onde colocar a câmera naquele espaço milimétrico que é o interior do submarino, nenhum problema parece ser insolúvel".
Leia mais notícias de Ilustrada na Folha Online
Maré favorável empurra produção bélica nos cinemas
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Guerras são boas. Pelo menos em Hollywood. E bem-vindas, desde que Spielberg e seu "O Resgate do Soldado Ryan" (98) trataram de restabelecer o gênero.
Aproveitando a maré favorável, o diretor e roteirista Jonathan Mostow, 38, conseguiu que "U-571 - A Batalha do Atlântico", um filme de espionagem submarina que se passa durante a Segunda Guerra e que foi por ele roteirizado em 92, entrasse em produção.
Se depender de "U-571" -no qual marinheiros americanos tentam roubar de um submarino alemão um aparelho de comunicação usado pelos nazistas para passar segredos de guerra-, não será desta vez que Hollywood virará as costas para projetos bélicos.
"Há charme em ver homens jovens e bonitos num ambiente claustrofóbico, sob pressão e vivendo situações estressantes", disse o diretor à Folha.
Mostow chamou Bill Paxton ("Twister", 96) e Matthew McConaughey ("Tempo de Matar", 96) para o sólido elenco, que tinha ainda o rock star Jon Bon Jovi e o veterano Harvey Keitel.
"Precisava de um elenco forte, mas jovem, porque, ao contrário do que se imagina, esses submarinos eram tripulados por garotos de 17, 18 anos, por oficiais na faixa dos 20 e por capitães com 30 e poucos anos", disse. "E não abriria mão de Paxton."
Paxton aceitou viver o capitão Dahlgren porque "é sempre intrigante quando você se encontra na situação de ter o poder nas mãos e, ao mesmo tempo, tem de lutar para ser aceito e respeitado".
Depois de aprovado o orçamento de US$ 62 milhões, uma nova fase teve início. "Decidimos filmar na ilha de Malta, porque só lá havia um tanque suficientemente grande para reproduzir o Atlântico", disse Mostow. Três réplicas de submarinos de guerra foram feitas lá. "Para uma das cenas, quando os americanos tentam invadir a embarcação alemã, precisamos jogar, em ritmo constante, 60 mil litros de água salgada por minuto no tanque. Foi insano."
"O problema não era atuar com toda aquela água salgada no meu rosto", disse Paxton. "Meu maior medo era a fiação de alta voltagem que nos cercava, a centímetros da água. O pavor nos meus olhos é, provavelmente, bem real."
Logo depois do lançamento do filme nos EUA, em abril, o diretor passou a receber críticas dos britânicos, porque a história na qual o filme se baseia aconteceu com um submarino inglês, e o americano Mostow não pensou duas vezes para se apoderar do feito, considerado por Winston Churchill e pelo rei George 6º como um dos grandes propulsores da virada dos aliados rumo à vitória.
"Isso é uma grande bobagem", disse Paxton. "O filme é apenas uma ficção, baseada em dados não-fictícios. Só isso." Em resposta, Mostow disse: "Depois que passei seis meses tentando descobrir onde colocar a câmera naquele espaço milimétrico que é o interior do submarino, nenhum problema parece ser insolúvel".
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