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10/03/2005 - 10h39

Briga de palmeirenses e corintianos abre festival de cinema em SP

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LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
da Folha de S.Paulo

Um corintiano roxo em guerra com uma paixão por uma palmeirense (verde?) deixa os gramados para se concentrar numa tela de 282 m2, equivalente a um prédio de seis andares, a céu aberto. É a segunda edição do Vivo Open Air, que começa hoje em São Paulo, com "O Casamento de Romeu e Julieta", de Bruno Barreto, em sessão só para convidados.

O festival vai apresentar 25 longas, entre premières e clássicos do cinema, e música com um pé na eletrônica e outro no circuito alternativo nacional.

O evento começa hoje à noite em São Paulo e vai até o dia 31. Depois segue para o Jockey Club do Rio (de 7 a 28 de abril) e, pela primeira vez, para o Pontão, em Brasília (de 11 a 29 de maio).

Na programação cinematográfica se destacam o trash "Polyester", de John Waters, a animação "Team America - Detonando o Mundo", de Trey Parker, um dos criadores de "South Park", e o documentário musical "Festival Express", de Bob Smeaton.

Na área musical, o Vivo Open Air tem início com a apresentação do produtor paulista Apollo 9, baseada em seu CD "Res Inexplicata Volens", com lançamento em abril no mercado europeu. Há ainda os alemães do Sex in Dallas e os britânicos do Bent.

Paixão

Baseado em conto de Mário Prata, "O Casamento de Romeu e Julieta" faz um "retrato bem-humorado e despretensioso sobre a paixão: como ela pode ser destrutiva, perigosa e, se não houver tolerância, virar fanatismo", conforme explica o diretor. "Queria falar sobre esse assunto, mas não de uma maneira séria."

Carioca e flamenguista, Barreto, 50, diz "nunca ter dado bola para o futebol", mesmo com um fanático --seu pai, o produtor Luiz Carlos Barreto-- em casa. "Gosto apenas do espetáculo que o futebol causa. E isso, para mim, está na torcida, é isso que me interessa. O pano de fundo é o futebol, mas a história não é só isso." E completa com algumas farpas para o atual cenário nacional, com lançamentos como "Garrincha" e "Pelé Eterno": "Futebol as pessoas querem ver no estádio, não na telona, não no cinema".

Declaração de amor a São Paulo e a seus personagens, é possível traçar uma simetria entre "O Casamento de Romeu e Julieta" e "Bossa Nova". "Enquanto este é supercarioca, "O Casamento" é muito paulista. Mas "Bossa Nova" é apenas uma comédia romântica. Fiz agora algo muito mais complexo. É uma tragicomédia romântica com um final feliz."

Com orçamento de quase R$ 8 milhões, Barreto crê ter feito um filme diferente de anteriores, como "O que É Isso, Companheiro?" (97) e "Bossa Nova" (99). "Aqui tive toda a liberdade e inventei de contar essa história em tom de comédia italiana. As pessoas têm uma certa expectativa de mim. Qual eu não sei, porque o meu filme anterior ["Voando Alto'] foi um fracasso. Mas você aprende muito mais com o erro do que com o sucesso." O que você aprendeu? "Nunca mais vou fazer um filme em que eu não tenha o controle absoluto, em que eu tenha de fazer concessões a um grande estúdio. Volto para os EUA, mas só para fazer filmes independentes. É por isso que hoje em dia é raro ver um bom filme americano."

Após a estréia oficial de "O Casamento de Romeu e Julieta", marcada para o próximo dia 18, sua agenda para próximos longas já está cheia. Começa com a versão ficcional de "Ônibus 174", de José Padilha, escrita por Bráulio Mantovani ("Cidade de Deus"). "É o melhor roteiro que eu já vi na minha vida. Vai ser totalmente diferente do documentário. A mãe adotiva dele virou um personagem importante, e a seqüência do seqüestro do ônibus vai ser só um clímax. O Padilha fez um filme no estilo de "Um Dia de Fúria", um thriller, tenso. O meu é um drama humano, um épico humano."

Outro projeto é com Ariel Dorfman ["A Morte e a Donzela"] e vai se chamar "Los Angeles, Cidade Aberta", sobre um agente da fronteira que chegou aos EUA como um imigrante ilegal. "É sobre o que te define como ser humano", explica Barreto. "Mas antes devo verter para o cinema "Elizabeth Bishop", o monólogo da Marta Góes, que vai se chamar "Saudade do Brasil". Estou começando a escrever com ela."

Vivo Open Air
Quando: hoje, às 21h (para convidados); amanhã, a partir das 20h; em São Paulo, o evento vai até 31 de março
Onde: Jockey Club (av. Lineu de Paula Machado, 1.263, Cidade Jardim, São Paulo)
Quanto: R$ 36
Informações: 0/xx/11/3031-2030 ou no site www.vivo.com.br/vivoopenair

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o filme "O Casamento de Romeu e Julieta"
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