13/03/2005 - 09h10

Autora e diretor são "fiéis" a atores

ISABELLE MOREIRA LIMA
da Folha de S. Paulo

Gloria Perez tem uma fórmula certa para garantir audiência: une mundos diferentes para fazer uma trama comum. A partir de amanhã, a autora não unirá apenas dois "mundos temáticos" mas dois "mundos de elenco" também: o telespectador fiel do horário das 21h verá junto o grupo formado por "atores-de-Jayme-Monjardim" com o "de atores-de-Gloria-Perez".

Isso significa ter, em uma só novela, nomes já há alguns anos sumidos das aberturas de novelas, como os de Eri Johnson, de Guilherme Karan e de Neuza Borges. Coincidentemente, todos têm "O Clone" (2001), da autora, como última novela do currículo. Significa também, ter o elenco de "Olga" em peso na novela: Camila Morgado, Caco Ciocler, Eliane Giardini, José Dumont, Luís Melo e Murilo Rosa, entre outros.

Para Monjardim a explicação é simples: fidelidade. "Eu sou muito fiel ao elenco com quem eu trabalho, confio muito nos atores. É muito gratificante para mim", justifica. O diretor não considera a preferência por atores específicos uma grande característica da dupla. "Historicamente os diretores têm a tendência de repetir atores. Isso vale tanto para a TV brasileira, quanto para o cinema mundial. É uma tendência."

Em "América", os atores "de diretor" estão pulverizados em diferentes núcleos. Eliane Giardini será a viúva Neuta, uma fazendeira decidida e corajosa do núcleo rural. Caco Ciocler será Ed, um norte-americano intelectual e sensível do núcleo Miami. Luís Melo fará participação especial no núcleo "malvado" da novela, como um coiote que faz a travessia da protagonista Sol pelo deserto mexicano até os Estados Unidos.

A mesma regra serve para os atores "de autora": Eri Johnson vive um peão medroso no núcleo rural, Guilherme Karam, um "crooner" latino em Miami, e Neuza Borges, uma mãe superprotetora carioca.