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15/03/2005 - 10h59

Lázaro Ramos filmará contos de Rubem Fonseca

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LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio

Lázaro Ramos protagonizar um filme baseado em Rubem Fonseca não é algo que cause espanto, dada a assiduidade do ator e da obra do escritor nas telas nacionais. Mas "O Cobrador" não é tão simples: o filme é uma produção internacional rodada em quatro países e três línguas e tem Ramos como um protagonista que não fala nem uma palavra sequer.

O ator embarcou ontem para a Cidade do México para iniciar uma saga de três meses de filmagens. O diretor mexicano Paul Leduc também rodará cenas em Nova York, Buenos Aires, Rio e na periferia de Belo Horizonte. Ramos é o único do elenco que estará em todas as cidades.

"O personagem sai em busca de alguma coisa. É um homem do mundo, sem nacionalidade definida, que consegue seduzir, amar e ser violento sem usar o artifício das palavras", conta o ator, 26.

"O Cobrador" (1979), um dos contos mais importantes de Rubem Fonseca, é narrado em primeira pessoa por um homem que resolve cobrar do mundo tudo o que o mundo supostamente lhe deve: "Colégio, namorada, aparelho de som, respeito...". E sai matando inadimplentes.

Além de transformar o narrador em um homem silencioso, que se expressa por gestos, atos e olhares, Leduc misturou outros cinco contos de Fonseca em seu roteiro: os dois "Passeio Noturno", "Cidade de Deus", "O Jogo do Morto" e "Placebo".

O personagem de "Passeio Noturno" -um chefe de família que sai à noite para atropelar desconhecidos- será interpretado por Peter Fonda, o nome mais conhecido do elenco multinacional. A argentina Antonella Costa (de "Diários de Motocicleta") e os brasileiros Milton Gonçalves e Jonas Bloch são os outros atores.

"O roteiro me assustou, porque é estranhíssimo. Mas, ao conhecer Leduc, ver as idéias interessantes que ele tem e perceber que ele só faz filme quando tem algo de fato a dizer, me entusiasmei."

Os dois filmes mais conhecidos do cineasta são "México Insurgente" (1971) e "Frida" (1984), biografia da pintora mexicana Frida Kahlo em que a protagonista também prefere o silêncio.

Segundo Ramos, Leduc lhe disse que seu papel fora escrito para o mexicano Gael García Bernal, mas que mudou de idéia após assistir aos longas-metragens "Madame Satã" e "O Homem que Copiava".

Ramos diz não fazer planos para uma carreira internacional: "Ainda há muitas boas histórias no Brasil para serem contadas. E nenhum ator latino chegou a Hollywood sem antes fazer um bom trabalho em seu país", diz.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o ator Lázaro Ramos
  • Leia o que já foi publicado sobre o escritor Rubem Fonseca
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