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15/03/2005 - 14h45

Ganhador do Oscar, Drexler diz não se sentir confortável com a fama

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da France Presse, em Montevidéu

Apesar de orgulhoso e feliz com o seu Oscar, o cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler, de 40 anos, não se sente confortável com a fama, e espera continuar compondo e cantando músicas e ter o controle artístico do que faz.

Com a curiosidade de um antropólogo, Drexler entrou no glamouroso mundo hollywoodiano, ao comparecer na cerimônia de entrega dos Oscars, da qual saiu com o prêmio da Academia pela canção "Al otro lado del río", tema do filme "Diários de Motocicleta", do diretor brasileiro Walter Salles.

Foi a primeira canção em espanhol a receber um Oscar.

"É um mundo que não é o meu", disse Drexler, durante entrevista coletiva celebrada na noite de segunda-feira, em Montevidéu, capital uruguaia.

"Não estou acostumado ao glamour", acrescentou antes de afirmar que a única pessoa de quem se aproximou para conhecer foi o compositor Leonard Cohen. No entanto, afirmou: "Me diverti muito".

O compositor uruguaio, que causou surpresa no Teatro Kodak de Los Angeles ao cantar à capela duas estrofes da canção ao receber o prêmio das mãos de Prince, disse que "estava absolutamente certo que não ia ganhar", mas por via das dúvidas, ensaiou o discurso de agradecimento para que durasse apenas 22 segundo.

Com o Oscar, "um monte de coisas muda", disse falando de compromissos, turnês e oportunidades que aparecem. Na terça-feira começa na Itália uma série de shows por cinco cidades e depois segue outra de promoção nos Estados Unidos.

"Mas eu estava bem antes de ser indicado. O que aspiro é o mesmo que aspirava antes (de ganhar o Oscar): ter uma vida normal e ter o controle artístico do que faço", afirmou à imprensa.

Ao ser perguntado se cantará em inglês, esclareceu que já cantou muitas vezes neste e em outros idiomas.

"Sou um grande admirador da música em inglês", afirmou. Se cantar neste idioma "não (será) por decisão de mercado", acrescentou, afirmando que nunca foi "um grande vendedor de discos, exceto no Uruguai (onde obteve um disco de ouro e outro de platina) e na Argentina".

Disse que a fama é "um efeito colateral" de sua profissão de músico. "A fama sempre é um grande mal-entendido", disse.

"Este é um trabalho de exposição pública porque a gente sobe no palco para que as pessoas nos ouçam", completou.

"Mas a fama não é um fim em si mesmo", afirmou Drexler, que prefere o termo popularidade.

Ele repudiou ainda o uso do termo "fã" para descrever seus admiradores. "Fã é uma palavra horrível que vem de fanático. Já há muitos fanáticos no mundo", acrescentou.

Drexler disse ainda se sentir honrado de que no Uruguai tenham comparado sua histórica premiação com o "maracanazo" - em alusão à surpreendente vitória do Uruguai sobre o Brasil na final da Copa do Mundo de 1950, no estádio do Maracanã -, mas disse preferir se sentir "como uma pessoa que escreve canções".

"Sou uma pessoa pouco amiga do heroísmo", declarou Drexler, que além de músico é médico especializado em otorrinolaringologia, carreira que abandonou 10 anos atrás para, com 30 anos, recomeçar totalmente dedicado à sua maior paixão: a música.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Jorge Drexler
  • Leia o que já foi publicado sobre o filme "Diários de Motocicleta"
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