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12/10/2000 - 13h34

Gao Xingjian receberá prêmio de US$ 900 mil

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da Reuters
em Estocolmo

O escritor dissidente chinês Gao Xingjian deverá receber US$ 900 mil pelo Prêmio Nobel de Literatura.

Xingjian, 60, cujo trabalho é proibido na China desde 1986, deixou seu país no ano seguinte e fixou residência na França, na condição de refugiado político.

Ele é o primeiro escritor não europeu a ganhar o Nobel em seis anos.

A academia sueca não comentou as possíveis implicações políticas da concessão do prêmio a um escritor que é "persona non grata" em seu país de origem.

"Não temos preocupações geográficas ou políticas. O que conta é apenas a qualidade da obra escrita", disse em entrevista à imprensa o secretário permanente da academia, Horace Engdahl.

Segundo anúncio divulgado pela academia, o escritor recebeu o prêmio "por uma obra de validade universal, insights contundentes e habilidade linguística que abriu novos caminhos para o romance e a dramaturgia chineses".

Uma de suas obras mais conhecidas é "Montanha da Alma", na qual Xingjian retrata a busca de um indivíduo por suas raízes, liberdade e paz interior, por meio de uma odisséia no tempo e espaço pela zona rural chinesa.

"Gao tem sido um dos escritores mais importantes na criação de algo que, antes dele, não existia - uma dramaturgia falada na China, distinta da dramaturgia musical, da dança e das tradições antigas. Ele é um grande escritor de romance e dramaturgia e renovador de ambos os gêneros no contexto chinês, mas também é um escritor que possui conhecimentos universais a oferecer a leitores de todo o mundo", disse Engdahl.

Gao Xingjian formou-se em língua e letras francesas, mas durante a Revolução Cultural chinesa, entre 1966 e 1976, foi enviado a um campo de reeducação e queimou uma mala repleta de manuscritos.

O escritor não pôde viajar ao exterior nem publicar seus livros fora do país até 1979. Produzidas em Pequim, muitas de suas peças experimentais foram sucesso de público, mas foram condenadas pelos ideólogos do Partido Comunista.

Os prêmios Nobel, foram criados pelo industrial sueco Alfred Nobel, inventor da dinamite, que morreu em 1896.

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