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29/03/2005 - 15h30

Robert Drew quer produzir documentário sobre Marina Silva

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GUILHERME GORGULHO
da Folha Online

Em visita ao Brasil, onde é um dos homenageados do festival É Tudo Verdade, o cineasta norte-americano Robert Drew, 81, confirmou hoje seu interesse em produzir um documentário sobre a história da ministra brasileira do Meio Ambiente, Marina Silva.

Divulgação
O documentarista norte-americano Robert Drew
O documentarista norte-americano Robert Drew
Muito reticente ao abordar o assunto --segundo ele, porque o projeto ainda não está bem definido em sua cabeça--, um dos documentaristas mais importantes em atividade se mostrou preocupado com a situação da floresta amazônica e se disse tocado pela trajetória pessoal e política da ministra.

"Atualmente a Amazônia é um dos grandes assuntos do nosso tempo, que influencia todo o mundo. Mas o mundo parece não estar ciente disto. Achei muito interessante a experiência dela [da ministra Marina Silva], sua história pessoal, trabalhando na extração de borracha, aprendendo a ler e escrever, depois se tornando professora e finalmente defensora da Amazônia. É uma história que me emociona e que eu adoraria fazer", declarou ele hoje em entrevista coletiva em São Paulo.

A assessoria de imprensa da ministra Marina Silva informou que ainda não foi procurada para um possível encontro com Drew, que permanecerá no país por mais de uma semana.

Robert Drew foi um dos responsáveis por uma revolução no gênero documentário no início da década de 1960 ao criar técnicas e abordagens diferenciadas com livre movimento de câmeras e som direto sincronizado.

Ao lado de nomes como D.A. Pennebaker e Richard Leacock, ele desenvolveu um estilo que ficou conhecido como cinema verdade, produzindo obras-primas do gênero como "Primárias", (1960), sobre a disputa de John F. Kennedy pela indicação do Partido Democrata para a presidência dos Estados Unidos, e "Crise: Por Trás de Um Compromisso Presidencial" (1963), sobre as dificuldades de Kennedy em lidar com uma crise na Casa Branca envolvendo a segregação racial.

Drew já esteve no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi submetido a um treinamento antes de ser enviado para a Itália, onde foi piloto de caça e teve contato com combatentes brasileiros. Toda a história de Drew no conflito armado e a influência que este evento teve na sua carreira de repórter e documentarista podem ser vistos no longa-metragem "De Dois Homens e Uma Guerra", um dos oito filmes dele que será exibido em uma retrospectiva na décima edição do É Tudo Verdade, que começa hoje na capital paulista.

"Se você assistir meu filme 'De Dois Homens e Uma Guerra', você vai ver que os pilotos brasileiros voaram exatamente as mesmas missões que eu fiz. Os brasileiros fizeram um trabalho magnífico, então, minha ligação emocional com o Brasil é através deles", elogia Drew.

Elogiando a qualidade da cobertura da Guerra do Iraque pela TV, Drew critica, no entanto, a postura de Michael Moore, grande responsável pela popularização do gênero documentário nos últimos anos com o sucesso de filmes como "Tiros em Columbine" e "Fahrenheit 11 de Setembro". "Michael Moore é um grande showman, mas não é um repórter, nem documentarista", alfineta ele.

Para Drew, o que Moore faz é induzir o espectador, impondo suas opiniões de forma categórica. "Chamar aquilo de documentário é uma piada. Ele não faz a gente pensar."

É Tudo Verdade - 10º Festival Internacional de Documentários
Quando: de 29 de março a 10 de abril em São Paulo e de 31 de março a 10 de abril no Rio de Janeiro
Quanto: gratuito
Informações: www.etudoverdade.com.br

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