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01/04/2005
-
08h40
SÉRGIO RIZZO
do Guia da Folha
Encontros e desencontros --entre amigos de infância que se distanciam na vida adulta, entre a favela e a classe média, entre brancos e negros, entre a vida com a qual se sonha e a que é possível levar-- originam os conflitos de "Quase Dois Irmãos". O elemento ecumênico capaz de aproximá-los é a música; o samba e o funk, ontem e hoje, atraem para o morro a turma do asfalto. Não por acaso, a trilha de Naná Vasconcelos (com destaque para a bela música-tema, interpretada na íntegra durante os créditos finais) é o que melhor resume o tom do filme.
Três períodos na história do país emolduram etapas distintas na amizade entre Miguel (Caco Ciocler), jovem de classe média, e Jorge (Flávio Bauraqui), filho de um sambista do morro. Nos anos 70, eles dividem a mesma galeria do presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, mas por motivos diferentes: o primeiro é preso político e o segundo, preso "comum". A narrativa volta até os anos 50, mostrando em que circunstâncias se conheceram, e vai até os dias atuais, revelando como envelheceram --um virou deputado (Werner Schünemann) e o outro, líder do tráfico (Antônio Pompeo).
Embora esteja cronologicamente no meio da história, que vai e vem no tempo, a convivência na prisão se impõe como o que o terceiro longa de ficção da também documentarista Lúcia Murat ("Que Bom te Ver Viva", "Brava Gente Brasileira") tem de mais vibrante. As associações um tanto esquemáticas entre um período e outro funcionam, no extremo negativo, como o que há de mais artificial no desenvolvimento das relações entre os personagens. Paulo Lins, autor do livro que inspirou "Cidade de Deus", assina também o roteiro, que faz registro realista da vida na favela hoje. É quando sonha de olhos abertos, no entanto, que "Quase Dois Irmãos" chega mais perto da autenticidade.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o filme "Quase Dois Irmãos"
Política emoldura drama "Quase Dois Irmãos"
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do Guia da Folha
Encontros e desencontros --entre amigos de infância que se distanciam na vida adulta, entre a favela e a classe média, entre brancos e negros, entre a vida com a qual se sonha e a que é possível levar-- originam os conflitos de "Quase Dois Irmãos". O elemento ecumênico capaz de aproximá-los é a música; o samba e o funk, ontem e hoje, atraem para o morro a turma do asfalto. Não por acaso, a trilha de Naná Vasconcelos (com destaque para a bela música-tema, interpretada na íntegra durante os créditos finais) é o que melhor resume o tom do filme.
Três períodos na história do país emolduram etapas distintas na amizade entre Miguel (Caco Ciocler), jovem de classe média, e Jorge (Flávio Bauraqui), filho de um sambista do morro. Nos anos 70, eles dividem a mesma galeria do presídio de Ilha Grande, no Rio de Janeiro, mas por motivos diferentes: o primeiro é preso político e o segundo, preso "comum". A narrativa volta até os anos 50, mostrando em que circunstâncias se conheceram, e vai até os dias atuais, revelando como envelheceram --um virou deputado (Werner Schünemann) e o outro, líder do tráfico (Antônio Pompeo).
Embora esteja cronologicamente no meio da história, que vai e vem no tempo, a convivência na prisão se impõe como o que o terceiro longa de ficção da também documentarista Lúcia Murat ("Que Bom te Ver Viva", "Brava Gente Brasileira") tem de mais vibrante. As associações um tanto esquemáticas entre um período e outro funcionam, no extremo negativo, como o que há de mais artificial no desenvolvimento das relações entre os personagens. Paulo Lins, autor do livro que inspirou "Cidade de Deus", assina também o roteiro, que faz registro realista da vida na favela hoje. É quando sonha de olhos abertos, no entanto, que "Quase Dois Irmãos" chega mais perto da autenticidade.
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