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19/04/2005 - 11h41

Livro e exposição celebram a vida do casal Saint-Exupéry

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da France Presse, em Paris

Um livro e uma exposição revelam detalhes comoventes sobre a vida repleta de viagens e boemia artística do casal Antoine e Consuelo de Saint-Exupéry, ambos concebidos pelo biógrafo do escritor, Alain Vircondelet.

Com a morte do marido, em 1945, a salvadorenha Consuelo herdou seus bens. Ao voltar de Nova York para a França, levou com ela seus arquivos e lembranças.

Pela primeira vez, estes documentos, que ela confiou a seu legatário (herdeiro testamentário), José Martínez Fructuoso, são apresentados ao público através do livro, "Antoine et Consuelo de Saint-Exupery: Un Amour de Légende" (em tradução livre, Antoine e Consuelo de Saint-Exupery: um amor lendário), e da exposição homônima, que será aberta ao público de 1º de maio a 30 de setembro em Lavardens (sudoeste da França).

Saint-Exupéry casou-se em 1931 com Consuelo Suncín Sandoval, viúva do escritor guatemalteco Enrique Gómez Carrillo.

A maioria dos documentos expostos corresponde ao período 1930-1945, os mais férteis do autor de "O Pequeno Príncipe". Junto com manuscritos, cartas e objetos pessoais de Antoine (binóculos, xadrez, roupa de aviador, cadernos, etc.), a exposição apresenta pinturas, esculturas, cartas e roupas de Consuelo.

"Ser a esposa de um piloto é uma profissão, ser a mulher de um escritor é um sacerdócio", dizia Consuelo, "que amou profundamente dois grandes escritores do século passado, dos quais cultivava a memória", destaca no prólogo do livro o escritor Martínez Fructuoso.

Falecida em 1979, Consuelo havia pedido para ser enterrada no cemitério Père-Lachaise, em Paris, junto com Gómez Carrillo, já que não existe tumba de Saint-Exupery, desaparecido na queda de seu avião no mar, em 1944.

O relacionamento entre Antoine de Saint-Exupéry e Consuelo foi turbulento. Antoine parecia amar mais sua mulher quando estava longe. Fugia dela, voltava, partia novamente. Este sem dúvida foi o preço de seu relacionamento. Ela fazia cenas terríveis. O escritor afirmava que "O Pequeno Príncipe" havia nascido "do grande fogo de Consuelo".

O sucesso mundial de "O Pequeno Príncipe" e do resto de sua obra escondeu durante muito tempo a intimidade do casal ou, dito de outra forma, a influência de Consuelo na obra de Saint-Exupéry. Até que em 2000, foi publicado em caráter póstumo o livro de memórias de Consuelo, "Memórias da Rosa".

O livro e a exposição apresentados agora ao público confirmam este papel de primeira importância de Consuelo, mostrando aquela que foi uma mulher bela e sensual, mas também uma artista de talento e uma extraordinária contadora de histórias que André Villier, fotógrafo de Picasso, qualificou, dizendo: "Tudo o que ela diz ou faz se torna poético".

Saint-Exupéry, por sua vez, aventureiro, pioneiro da aviação e grande escritor, continua causando fascínio hoje porque, "semelhante a nós, é imperfeito, um pouco desorientado, sempre entre a dor e o amor louco", destacou o livro.

Uma parte do avião no qual morreu, encontrado recentemente, será exposta em Lavardens.

Depois da França, a exposição "Antoine e Consuelo de Saint-Exupéry, Um Amor Lendário" seguirá para o Canadá e Nova York para então voltar à Europa.

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