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20/04/2005
-
09h29
VALMIR SANTOS
da Folha de S.Paulo
"O amor é lindo. Ou não", como diz a campanha publicitária, mas é certo que custa caro. Dez milhões de dólares ou R$ 26 milhões, como a CIE Brasil informa sobre os custos de "O Fantasma".
Pelo menos R$ 5,1 milhões dessa co-produção internacional foram captados por meio de lei de incentivo fiscal (Lei Rouanet, federal, de 1991). Os patrocinadores são Credicard, Bosch, Ericsson e Gol Linhas Aéreas.
"Sinto-me confortável em recorrer à Lei Rouanet para produzir nossos espetáculos. Durante os 18 meses de temporada de "O Fantasma", cerca de 200 pessoas, entre técnicos e artistas, estarão empregadas", diz o presidente da CIE Brasil, Fernando Altério, 52.
Em sua opinião, se há "mal-estar" nesse procedimento, é dos "produtores menores, que se sentem prejudicados pelos grandes musicais". Segundo revelou a coluna "Mônica Bergamo", os produtores queriam captar R$ 14 milhões, o que não foi permitido pelo Ministério da Cultura.
Durante a temporada, existe a prerrogativa das produções teatrais em captar mais recursos para a manutenção, mas a CIE ainda não decidiu se o fará.
Para o ator Marcelo Drummond, 42, que cuida da produção do grupo Oficina Uzina Uzona, existe dirigismo da iniciativa privada quanto ao patrocínio na área da cultura. "O que a gente faz não é do interesse do empresariado", diz Drummond. "A jogada das leis de incentivo é trazer coisas que encantam qualquer caipira que tem dinheiro, coisas velhas, de estética ultrapassada."
No momento, o Oficina conta com cerca de R$ 2 milhões parcelados da estatal Petrobras para dar seqüência ao projeto de transcriação para o teatro de "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Restam duas partes do último capítulo, "A Luta"; a primeira estréia na próxima semana.
"Cada um faz o que quer com o seu dinheiro. Não tenho a visão moralista de que você vai captar junto à empresa privada e ela demonstrará bom senso ao investir em cultura", diz o dramaturgo Reinaldo Maia, do Folias d'Arte.
"Fico triste, sim, é com essa mediocridade da burguesia nacional, que já foi mais ambiciosa, já chegou a fazer um TBC e hoje fica contente com as importações da Broadway", diz o também ator.
Para montar "El Dia que me Quieras", atualmente em cartaz no Galpão do Folias, o grupo gastou cerca de R$ 15 mil, sem patrocínio. Segundo a produção, os 11 atores e músicos abriram mão de cachê e rateiam a bilheteria. Existe autorização para captar via Lei Rouanet desde 2004, renovada, mas em vão.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre "O Fantasma da Ópera"
Produtora de "O Fantasma" se diz "confortável" em usar lei de incentivo
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da Folha de S.Paulo
"O amor é lindo. Ou não", como diz a campanha publicitária, mas é certo que custa caro. Dez milhões de dólares ou R$ 26 milhões, como a CIE Brasil informa sobre os custos de "O Fantasma".
Pelo menos R$ 5,1 milhões dessa co-produção internacional foram captados por meio de lei de incentivo fiscal (Lei Rouanet, federal, de 1991). Os patrocinadores são Credicard, Bosch, Ericsson e Gol Linhas Aéreas.
"Sinto-me confortável em recorrer à Lei Rouanet para produzir nossos espetáculos. Durante os 18 meses de temporada de "O Fantasma", cerca de 200 pessoas, entre técnicos e artistas, estarão empregadas", diz o presidente da CIE Brasil, Fernando Altério, 52.
Em sua opinião, se há "mal-estar" nesse procedimento, é dos "produtores menores, que se sentem prejudicados pelos grandes musicais". Segundo revelou a coluna "Mônica Bergamo", os produtores queriam captar R$ 14 milhões, o que não foi permitido pelo Ministério da Cultura.
Durante a temporada, existe a prerrogativa das produções teatrais em captar mais recursos para a manutenção, mas a CIE ainda não decidiu se o fará.
Para o ator Marcelo Drummond, 42, que cuida da produção do grupo Oficina Uzina Uzona, existe dirigismo da iniciativa privada quanto ao patrocínio na área da cultura. "O que a gente faz não é do interesse do empresariado", diz Drummond. "A jogada das leis de incentivo é trazer coisas que encantam qualquer caipira que tem dinheiro, coisas velhas, de estética ultrapassada."
No momento, o Oficina conta com cerca de R$ 2 milhões parcelados da estatal Petrobras para dar seqüência ao projeto de transcriação para o teatro de "Os Sertões", de Euclydes da Cunha, com direção de José Celso Martinez Corrêa. Restam duas partes do último capítulo, "A Luta"; a primeira estréia na próxima semana.
"Cada um faz o que quer com o seu dinheiro. Não tenho a visão moralista de que você vai captar junto à empresa privada e ela demonstrará bom senso ao investir em cultura", diz o dramaturgo Reinaldo Maia, do Folias d'Arte.
"Fico triste, sim, é com essa mediocridade da burguesia nacional, que já foi mais ambiciosa, já chegou a fazer um TBC e hoje fica contente com as importações da Broadway", diz o também ator.
Para montar "El Dia que me Quieras", atualmente em cartaz no Galpão do Folias, o grupo gastou cerca de R$ 15 mil, sem patrocínio. Segundo a produção, os 11 atores e músicos abriram mão de cachê e rateiam a bilheteria. Existe autorização para captar via Lei Rouanet desde 2004, renovada, mas em vão.
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