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27/04/2005 - 10h02

Briga jurídica tira bandas de show pré-Placebo

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MÁRVIO DOS ANJOS
da Folha de S.Paulo

O tão esperado show do Placebo, hoje, a partir das 21h, no Credicard Hall, começa com duas inesperadas mudanças no Festival Claro que É Rock. O departamento jurídico da empresa de telefonia que dá nome ao concurso de bandas a reboque do grupo inglês eliminou mais dois dos cinco grupos inicialmente selecionados para a etapa paulista.

Depois do combo Pullovers e Geanine Marques, que fora eliminado há pouco mais de uma semana, foram anunciadas anteontem as eliminações das bandas Biônica e A Fuga. Em seus lugares, a produtora D+3, que cuida do festival, anunciou ontem a entrada das bandas Ladz e Motora, que se juntam a Supersonyca, Imperdíveis, Choldra.

Tanto A Fuga quanto os Pullovers saíram do concurso, que em sua etapas regionais brindará a banda vencedora com R$ 15 mil em instrumentos musicais, pelo mesmo motivo: a existência de acordos de distribuição independente que leva os seus CDs a serem comercializados em magazines e megastores. Em ambos os casos, a distribuidora é a Tratore.

Segundo o produtor do evento, Renato Byington, 41, o critério foi usado caso a caso.

"Nós recebemos algumas denúncias por e-mail que essas bandas vendiam CDs em sites como Submarino, Lojas Americanas e Fnac, que é diferente de vender no "sitezinho" da banda, ou no site de um selo amador, como a Monstro. Por isso, nosso departamento jurídico interpretou que era melhor tirá-los", afirmou.

Byington confirmou que outras bandas que tinham contrato com a Tratore foram mantidas no evento, justamente por não terem seus discos vendidos nas grandes redes comerciais. "A gente sabe que a Tratore nem sempre tem contratos com as bandas, mas nesses casos achamos que esses grupos estavam fora do festival."

"Isso é uma falta de critério, que eu acho que se baseou na lei do menor esforço", afirma Luiz Venâncio, 29, voz e guitarra dos Pullovers. "Em Brasília, por exemplo, eles deixaram os Sapatos Bicolores, que é da Monstro e da Tratore", afirma, lembrando que no próprio disco o logotipo da distribuidora é bem visível.

Péricles Carpegiani, 27, vocalista e letrista dos Pullovers, também demonstra irritação. "Mandei o nosso release, que tem a nossa verdade, ninguém escondeu a distribuição", afirma.

No caso da Biônica, a eliminação se deu porque o conjunto se recusou a assinar o termo de cessão de uso de direitos autorais e o de imagem de som e voz --que era obrigatório no ato de inscrição. Marina Pontieri, 25, baixista da Biônica, afirma que não mandaram os termos por não concordarem com o caráter da cessão "irrevogável e irretratável", no caso das músicas, e "irrevogável e perpétua" no caso de imagem, som e voz. O regulamento não está mais no site oficial do concurso.

"Consultamos uma advogada e ela achou melhor não assinarmos porque isso poderia dar margem a várias interpretações", afirma.

No caso, a banda temia que o uso da imagem pudesse se estender para além da participação deles no festival.

"A intenção do Claro que É Rock é promover um intercâmbio entre as bandas e dar a elas a chance de tocar para um grande público, por isso não levamos tudo [as regras da inscrição] a ferro e fogo", afirma Byington. "É um festival que envolveu 2.500 bandas, se torna muito dinâmico. Aprovamos a Biônica e pedimos que mandassem os termos assinados, mas eles se recusaram."

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