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01/06/2005
-
09h56
JULIÁN FUKS
da Folha de S.Paulo
Depois de Vinicius de Moraes e de Guimarães Rosa nas edições anteriores, Clarice Lispector é a homenageada deste ano na 3ª Festa Literária Internacional de Parati, a se realizar entre os dias 6 e 10 de julho. Para a tarefa, o encarregado foi o diretor de teatro Naum Alves de Souza ("A Aurora da Minha Vida"). Naum prepara uma cerimônia de abertura cujo caráter permanece quase tão misterioso quanto as obras da autora, embora, talvez como ela, pouco a pouco se revele.
Com duração de 80 minutos, sabe-se que se tratará de um espetáculo audiovisual contando com depoimentos, leituras e entrevistas sobre a escritora ou inspiradas em sua obra. Na série de depoimentos, estão garantidos os testemunhos do crítico literário Antonio Candido, do poeta Ferreira Gullar e do crítico e tradutor Boris Schnaiderman, filmados na última segunda-feira.
Chico Buarque, a quem Clarice já disse, em carta, possuir "a coisa mais preciosa que existe: candura", já tem data marcada para dar sua contribuição. A organização da Flip ainda espera uma confirmação de Fernanda Montenegro.
A Folha acompanhou as gravações dos depoimentos de Gullar e de Schnaiderman feitas anteontem em São Paulo. "É uma atmosfera mágica criada pela literatura, pela palavra, numa reflexão permanente sobre o que está sendo escrito, sobre o que está sendo pensado e repensado", afirma Gullar sobre a obra de Lispector, em seu depoimento. Aproveita também para contar detalhes de seus encontros com a autora.
Boris Schnaiderman refaz sua própria trajetória desde a saída da Ucrânia, na infância, traçando um panorama do país de origem que divide com Lispector.
Por fim, não poderia deixar de estar presente a mais conhecida de todas as personagens de Lispector, a Macabéa, de "A Hora da Estrela". A atriz Marcélia Cartaxo, que a representou no filme homônimo de 1986 de Suzana Amaral, reencarnará a personagem na abertura.
As homenagens, entretanto, não se resumem a esse primeiro evento. Uma mesa no dia 7, intitulada "No Raiar de Clarice", contará com a escritora carioca Marina Colasanti, que foi amiga próxima da homenageada, com o crítico Benedito Nunes e com a professora Vilma Arêas.
Esta deve lançar na Flip o terceiro livro dedicado à vida da escritora: "Clarice Lispector com a Ponta dos Dedos".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Clarice Lispector
Clarice Lispector ganha verbo na voz de Gullar e Chico Buarque
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da Folha de S.Paulo
Depois de Vinicius de Moraes e de Guimarães Rosa nas edições anteriores, Clarice Lispector é a homenageada deste ano na 3ª Festa Literária Internacional de Parati, a se realizar entre os dias 6 e 10 de julho. Para a tarefa, o encarregado foi o diretor de teatro Naum Alves de Souza ("A Aurora da Minha Vida"). Naum prepara uma cerimônia de abertura cujo caráter permanece quase tão misterioso quanto as obras da autora, embora, talvez como ela, pouco a pouco se revele.
Com duração de 80 minutos, sabe-se que se tratará de um espetáculo audiovisual contando com depoimentos, leituras e entrevistas sobre a escritora ou inspiradas em sua obra. Na série de depoimentos, estão garantidos os testemunhos do crítico literário Antonio Candido, do poeta Ferreira Gullar e do crítico e tradutor Boris Schnaiderman, filmados na última segunda-feira.
Chico Buarque, a quem Clarice já disse, em carta, possuir "a coisa mais preciosa que existe: candura", já tem data marcada para dar sua contribuição. A organização da Flip ainda espera uma confirmação de Fernanda Montenegro.
A Folha acompanhou as gravações dos depoimentos de Gullar e de Schnaiderman feitas anteontem em São Paulo. "É uma atmosfera mágica criada pela literatura, pela palavra, numa reflexão permanente sobre o que está sendo escrito, sobre o que está sendo pensado e repensado", afirma Gullar sobre a obra de Lispector, em seu depoimento. Aproveita também para contar detalhes de seus encontros com a autora.
Boris Schnaiderman refaz sua própria trajetória desde a saída da Ucrânia, na infância, traçando um panorama do país de origem que divide com Lispector.
Por fim, não poderia deixar de estar presente a mais conhecida de todas as personagens de Lispector, a Macabéa, de "A Hora da Estrela". A atriz Marcélia Cartaxo, que a representou no filme homônimo de 1986 de Suzana Amaral, reencarnará a personagem na abertura.
As homenagens, entretanto, não se resumem a esse primeiro evento. Uma mesa no dia 7, intitulada "No Raiar de Clarice", contará com a escritora carioca Marina Colasanti, que foi amiga próxima da homenageada, com o crítico Benedito Nunes e com a professora Vilma Arêas.
Esta deve lançar na Flip o terceiro livro dedicado à vida da escritora: "Clarice Lispector com a Ponta dos Dedos".
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