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08/06/2005 - 09h24

Festival antecipa ciclo de homenagens a Grande Otelo

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MARCELO BARTOLOMEI
Colaboração para a Folha, do Rio

Na pele da Supermãe, o ator Paulo José dá à luz Grande Otelo, numa das cenas mais controvertidas do cinema brasileiro, em "Macunaíma" (69), filme que poderá ser revisto a partir do próximo dia 14 no Cinesul (Festival Latino-Americano de Cinema e Vídeo), no Rio de Janeiro, ao lado de outros trabalhos do ator.

Se estivesse vivo, Sebastião Prata, o Grande Otelo, completaria 90 anos. Ele morreu em 1993, com mais de 120 filmes, novelas e séries de TV no currículo de seus 50 anos de carreira.

"Todas as homenagens que ele tem recebido são mais que justas", diz José Antonio de Souza Prata, 46, o Pratinha, seu filho. Também ator, não teve a mesma sorte que o pai na vida profissional. Diante do desemprego, Pratinha teve de se adaptar e passou a trabalhar com informática. "Ainda tenho uns trabalhos de teatro e com umas ONGs, mas ninguém quer mais um ator que é considerado velho neste país", diz.

Mas, e a credencial, ser filho de Grande Otelo? "Ajuda a abrir portas, mas não garante trabalho", afirma o ator, que luta ao lado de outros dois irmãos e uma irmã --deles, nenhum seguiu carreira artística-- para manter viva a memória do pai.

Atualmente, há dois projetos em homenagem a Otelo. Um deles é uma peça de teatro ("Grande Otelo - Eta Moleque Bamba") e outro, uma exposição, ainda pendente, que mostraria permanentemente imagens de sua carreira, todos realizados no Rio pela Sarau Agência de Cultura Brasileira.

A catalogação dos trabalhos começou a ser feita no ano passado e renderá uma série de eventos, cujo resultado poderá ser acompanhado a partir dos próximos meses por meio de um site, inicialmente, e de um documentário para cinema, por exemplo. "Já faz mais de dez anos que ele morreu. Se você disser seu nome entre os mais jovens, eles não sabem quem ele foi. Por isso apóio todo tipo de homenagem e resgate da memória", diz Pratinha.

No Cinesul, serão exibidos filmes que representam o cinema nacional da chanchada dos anos 50, como "A Dupla do Barulho" (53), "Amei um Bicheiro" (52), "Aviso aos Navegantes" (50) e "Carnaval na Atlântida" (52), além de "Macunaíma", o mais emblemático da carreira, e "Negrinho do Pastoreio" (73), ambos de épocas posteriores.

"A homenagem a Otelo é uma antecipação às comemorações de seus 90 anos, que aconteceria em outubro. Ele é o maior ícone do cinema brasileiro e participou de mais de uma centena de filmes não só brasileiros como estrangeiros. Otelo participou da chanchada, do cinema novo e do cinema marginal. É um prazer homenagear um artista completo", diz Ângela José do Nascimento, 49, organizadora do Cinesul.

Festival

O Cinesul recebeu 358 títulos de toda a América Latina para as mostras competitivas de filmes e vídeos, 118 trabalhos a mais que em 2004. Deles, dez longas de 35 mm e 70 vídeos de média e curta-metragem disputam os prêmios do festival. Além deles, haverá a exibição de uma seleção de filmes franceses --com suas percepções sobre o Brasil-- e homenagens a outros cineastas, entre eles o paulista Maurice Capovilla. No total, serão 136 filmes em exibição.

No Rio, os filmes serão exibidos nas salas do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), do CCC (Centro Cultural Correios) e da Cinemateca do MAM (Museu de Arte Moderna). O festival, que termina no dia 26, segue para Brasília, de 28 deste mês a 10/7, com a mesma programação.

Especial
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