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13/06/2005 - 11h07

Ministros da Cultura apóiam adoção de tratado sobre diversidade

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da EFE, em Madri

A cúpula mundial de ministros da Cultura, em que o brasileiro Gilberto Gil participou como um dos organizadores, terminou neste domingo com o apoio à adoção na Unesco de uma convenção sobre a proteção da diversidade cultural, considerada um fator de pluralismo, democracia e crescimento sustentável.

Ao fim da reunião, em que estiveram presentes representantes de 72 países, a titular espanhola da Cultura, Carmen Calvo, informou em entrevista coletiva que os participantes deram seu respaldo "unânime" à minuta do Tratado de Proteção da Diversidade Cultural, que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) votará em outubro em Paris.

Calvo --que organizou a reunião junto a Gil e ao ministro da França, Renaud Donnedieu de Vabres-- explicou que a minuta foi redigida durante uma reunião de especialistas da Unesco no dia 3 de junho na capital francesa. Nela é reivindicada a diversidade cultural "como fator de pluralismo, de democracia, de coesão social e emprego, de crescimento sustentável, de identidade das sociedades e dos indivíduos, e de diálogo".

A minuta também pede a adoção de garantias para "frear a homogeneização e a padronização atuais, que pode representar a quebra do equilíbrio entre as culturas". "Estamos convencidos de que chegou o momento de trabalhar mais pela cultura nos foros internacionais, para dar passos mais sólidos", disse Calvo, acompanhada por Gil.

O ministro brasileiro destacou a importância de estar nesta convocação "histórica", que fala do papel que o Brasil pode desempenhar na América do Sul e em muitos países africanos e do desejo brasileiro "de estar mais presente nos fluxos internacionais".

Para Gil, "a questão da diversidade cultural é uma das manifestações mais importantes da atualidade do ponto de vista político e filosófico, um novo modo de conceber a cooperação e as culturas, que são todas iguais, necessárias e parte do patrimônio mundial".

Calvo disse que na reunião de Madri, que começou no sábado e em que houve ausências significativas como as do Japão, China e Austrália, se chegou a um acordo unânime sem necessidade de votar e "todos assinaram a declaração".

"Todas as culturas são iguais e nenhuma pode se transformar em eixo hegemônico de nada", disse Calvo, para quem os Estados devem definir políticas públicas sobre esta questão e os bens culturais devem ser tratados de forma específica.

Calvo explicou que na reunião de Paris só houve diferenças de matizes nos casos dos Estados Unidos, Austrália, Israel e Japão, "mas há tempo até outubro para trabalhar", e acredita em uma maior aproximação com estes países, "todos cedendo algo".

Os ministros ibero-americanos da Cultura viajarão para Córdoba para debater, na segunda e na terça-feira, diferentes propostas que serão levadas à Cúpula Ibero-Americana de chefes de Estado e do Governo em outubro, em Salamanca.

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