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22/06/2005
-
17h58
MARY PERSIA
da Folha Online
1987. Em março, Cazuza lança "Só se For a Dois", seu segundo disco solo após deixar o Barão Vermelho. Dois meses depois, em maio, estréia a turnê no Teatro Ipanema, na zona sul do Rio, com casa lotada. Entre os dois eventos, descobre que tem o vírus HIV.
Quinze anos após a morte do artista, "Cazuza - O Poeta Está Vivo" (Som Livre/Universal, R$ 28, em média) traz para os fãs do cantor um pouco do clima vivido por ele em 1987. Elétrico, impetuoso e mais Cazuza do que em "O Tempo Não Pára", gravado em outubro do ano seguinte no Canecão, o CD mostra um artista ávido pela música, pelo palco, pela expressão e pelo contato com o público.
"Ele soube que tinha HIV em abril, durante os ensaios para o show. Não fazia parte do temperamento dele misturar as coisas, mas ele viu a situação e percebeu que tinha pouco tempo de vida", diz à Folha Online a mãe, Lucinha Araújo. "No fim das contas, ele perdeu em afinação, mas ganhou na emoção."
O disco reproduz dois dias de show (14 e 15 de maio), mantendo a ordem original das músicas. No palco, Cazuza foi acompanhado por João Rebouças (piano e teclado), Ricardo Palmeira e Torcuato Mariano (guitarras), Nilo Romero (baixo) e Fernando Moraes (bateria).
Das 18 faixas, além das composições de "Só se For a Dois" ("Nosso Amor a Gente Inventa", "Ritual", "Heavy Love", "Vai à Luta"), há sucessos do Barão Vermelho ("Maior Abandonado", "Por Que a Gente é Assim?", "Bete Balanço"), do seu primeiro disco solo, "Cazuza", de 1985 ("Exagerado", "Codinome Beija-Flor") e duas músicas até então inéditas para o público, "Brasil" e "Um Trem para as Estrelas", que entrariam no disco posterior, "Ideologia" (1988).
Os ouvidos mais exigentes estranharão a qualidade do áudio, irregular e às vezes abafado. A explicação é que a fita (analógica, claro) foi entregue ao produtor Ezequiel Neves e ficou engavetada por vários anos. Mesmo o trabalho de recuperação de áudio não poderia concorrer com as gravações atuais, que já nascem digitais, e com os recursos exaustivamente utilizados hoje, como o overdub (regravação de parte do material em estúdio, quando o resultado no palco é insatisfatório) nos CDs "ao vivo" de todas as tribos, do sertanejo e pagode ao rock e pop.
A edição especial do CD, apenas para o lançamento, traz fotos de Cazuza compiladas por Lucinha. Parte da renda obtida com a venda do disco irá para a Sociedade Viva Cazuza, cujo símbolo estampa a capa do trabalho.
Especial
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da Folha Online
1987. Em março, Cazuza lança "Só se For a Dois", seu segundo disco solo após deixar o Barão Vermelho. Dois meses depois, em maio, estréia a turnê no Teatro Ipanema, na zona sul do Rio, com casa lotada. Entre os dois eventos, descobre que tem o vírus HIV.
Reprodução |
O CD traz show de 1987 |
"Ele soube que tinha HIV em abril, durante os ensaios para o show. Não fazia parte do temperamento dele misturar as coisas, mas ele viu a situação e percebeu que tinha pouco tempo de vida", diz à Folha Online a mãe, Lucinha Araújo. "No fim das contas, ele perdeu em afinação, mas ganhou na emoção."
O disco reproduz dois dias de show (14 e 15 de maio), mantendo a ordem original das músicas. No palco, Cazuza foi acompanhado por João Rebouças (piano e teclado), Ricardo Palmeira e Torcuato Mariano (guitarras), Nilo Romero (baixo) e Fernando Moraes (bateria).
Das 18 faixas, além das composições de "Só se For a Dois" ("Nosso Amor a Gente Inventa", "Ritual", "Heavy Love", "Vai à Luta"), há sucessos do Barão Vermelho ("Maior Abandonado", "Por Que a Gente é Assim?", "Bete Balanço"), do seu primeiro disco solo, "Cazuza", de 1985 ("Exagerado", "Codinome Beija-Flor") e duas músicas até então inéditas para o público, "Brasil" e "Um Trem para as Estrelas", que entrariam no disco posterior, "Ideologia" (1988).
Divulgação |
Cazuza em "Bete Balanço" |
A edição especial do CD, apenas para o lançamento, traz fotos de Cazuza compiladas por Lucinha. Parte da renda obtida com a venda do disco irá para a Sociedade Viva Cazuza, cujo símbolo estampa a capa do trabalho.
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