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01/07/2005
-
10h10
THIAGO NEY
da Folha de S. Paulo
Ídolo maior da música popular brasileira, Roberto Carlos está, aos poucos, sendo desvelado. Em novembro --previsão da editora Planeta e do autor-- as livrarias recebem quase um tratado sobre o Rei: uma imensa análise da trajetória de vida do cantor, realizada pelo historiador e jornalista Paulo César de Araújo.
A obra chegará praticamente um ano depois de "Como Dois e Dois São Cinco" (ed. Boitempo), livro do jornalista Pedro Alexandre Sanches que disseca a discografia de Roberto e contextualiza sua importância histórica dentro da MPB --e, claro, do Brasil. Enquanto "Como Dois e Dois..." se apóia --e ganha charme-- também nas interpretações subjetivas do autor, o trabalho de Paulo César de Araújo será calcado nas pesquisas e entrevistas que fez nos últimos 15 anos.
"Não será uma biografia nem uma grande reportagem, mas, sim, uma ampla análise histórica da trajetória de Roberto, baseada em documentos e depoimentos", antecipa Araújo, 43. O volume será, assim, semelhante a um outro livro do autor, "Eu Não Sou Cachorro, Não", que reposicionou na história da MPB artistas antes tidos como "alienados" e "cafonas" nos anos 70, como Odair José e Waldick Soriano.
Nada mais natural, pois enquanto colhia dados para "Eu Não Sou Cachorro, Não", o historiador já pesquisava o material para a obra posterior. Agora, diz, chegou o momento de dar a Roberto Carlos um reconhecimento "retroativo".
"Na verdade o livro tenta explicar várias questões, como o surgimento do fenômeno Roberto Carlos. E por que não teve o reconhecimento que deveria. Ele é o maior fenômeno artístico da história do Brasil. O livro tentará dar uma interpretação para isso", afirma Araújo. "Agora ele já está entronizado como um Rei da MPB, mas durante muito tempo o Roberto foi tratado como uma coisa menor, principalmente nos anos 70 e 80. Claro que ele foi colocado de forma diferenciada em relação aos bregas. Roberto Carlos não foi ignorado. Mas não teve um reconhecimento que fosse proporcional ao seu sucesso."
Foram entrevistadas mais de 150 pessoas --Araújo, ainda negocia com Roberto sua participação. Pesquisou em jornais, revistas, arquivos de rádio, de TV e colheu depoimentos inéditos e exclusivos, como de Carlos Imperial, Tim Maia, Evandro Ribeiro (ex-diretor da gravadora CBS; todos esses já mortos), além de entrevistas recentes, com Caetano Veloso, Nelson Motta, Zé Ramalho, entre outros. A obra será ilustrada por fotos inéditas do cantor.
"Nos EUA, existem mais de 400 livros sobre Bob Dylan, mais de 900 sobre Frank Sinatra. Enquanto isso, Roberto Carlos, no Brasil, foi tema de pouquíssimas obras. Pela sua importância, era para ter muito mais coisa", diz.
Araújo ainda não tem um título para o volume ("No outro livro, curiosamente, o título foi a primeira coisa que tinha."), que terá narrativa não-linear, envolvendo todos os períodos da carreira do cantor. "O Roberto mudou muito como artista e pessoa. Por exemplo: ele compôs 'Quero que Tudo Vá para o Inferno', mas hoje não canta mais essa canção. O livro mapeia essas fases."
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da Folha de S. Paulo
Ídolo maior da música popular brasileira, Roberto Carlos está, aos poucos, sendo desvelado. Em novembro --previsão da editora Planeta e do autor-- as livrarias recebem quase um tratado sobre o Rei: uma imensa análise da trajetória de vida do cantor, realizada pelo historiador e jornalista Paulo César de Araújo.
A obra chegará praticamente um ano depois de "Como Dois e Dois São Cinco" (ed. Boitempo), livro do jornalista Pedro Alexandre Sanches que disseca a discografia de Roberto e contextualiza sua importância histórica dentro da MPB --e, claro, do Brasil. Enquanto "Como Dois e Dois..." se apóia --e ganha charme-- também nas interpretações subjetivas do autor, o trabalho de Paulo César de Araújo será calcado nas pesquisas e entrevistas que fez nos últimos 15 anos.
"Não será uma biografia nem uma grande reportagem, mas, sim, uma ampla análise histórica da trajetória de Roberto, baseada em documentos e depoimentos", antecipa Araújo, 43. O volume será, assim, semelhante a um outro livro do autor, "Eu Não Sou Cachorro, Não", que reposicionou na história da MPB artistas antes tidos como "alienados" e "cafonas" nos anos 70, como Odair José e Waldick Soriano.
Nada mais natural, pois enquanto colhia dados para "Eu Não Sou Cachorro, Não", o historiador já pesquisava o material para a obra posterior. Agora, diz, chegou o momento de dar a Roberto Carlos um reconhecimento "retroativo".
"Na verdade o livro tenta explicar várias questões, como o surgimento do fenômeno Roberto Carlos. E por que não teve o reconhecimento que deveria. Ele é o maior fenômeno artístico da história do Brasil. O livro tentará dar uma interpretação para isso", afirma Araújo. "Agora ele já está entronizado como um Rei da MPB, mas durante muito tempo o Roberto foi tratado como uma coisa menor, principalmente nos anos 70 e 80. Claro que ele foi colocado de forma diferenciada em relação aos bregas. Roberto Carlos não foi ignorado. Mas não teve um reconhecimento que fosse proporcional ao seu sucesso."
Foram entrevistadas mais de 150 pessoas --Araújo, ainda negocia com Roberto sua participação. Pesquisou em jornais, revistas, arquivos de rádio, de TV e colheu depoimentos inéditos e exclusivos, como de Carlos Imperial, Tim Maia, Evandro Ribeiro (ex-diretor da gravadora CBS; todos esses já mortos), além de entrevistas recentes, com Caetano Veloso, Nelson Motta, Zé Ramalho, entre outros. A obra será ilustrada por fotos inéditas do cantor.
"Nos EUA, existem mais de 400 livros sobre Bob Dylan, mais de 900 sobre Frank Sinatra. Enquanto isso, Roberto Carlos, no Brasil, foi tema de pouquíssimas obras. Pela sua importância, era para ter muito mais coisa", diz.
Araújo ainda não tem um título para o volume ("No outro livro, curiosamente, o título foi a primeira coisa que tinha."), que terá narrativa não-linear, envolvendo todos os períodos da carreira do cantor. "O Roberto mudou muito como artista e pessoa. Por exemplo: ele compôs 'Quero que Tudo Vá para o Inferno', mas hoje não canta mais essa canção. O livro mapeia essas fases."
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