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21/07/2005
-
09h10
MARY PERSIA
da Folha Online
A sessão começa e Willy Wonka (Johnny Depp) aparece na tela. "Olha! É o Michael Jackson!", grita um garoto. "Cuidado que ele vai fazer uma pedofilia em você!"
De nada adiantou Depp dizer que não se inspirou no cantor pop para compor Willy Wonka, protagonista de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", que estréia nesta sexta (22) no Brasil. Como observou o garoto da favela Paraisópolis na pré-estréia para crianças do projeto Florescer, seja pela palidez ou pela aproximação com crianças, Willy parece Jackson. Muito.
Solitário, exilado em seus próprios domínios, com ar psicótico e ainda assim com um certo carisma, o personagem tem notoriamente a mão do diretor Tim Burton.
Mestre das fantasias sombrias --vide "Os Fantasmas se Divertem" (1988), "Batman" (1989) e "Edward Mãos de Tesoura" (1990), entre outros--, o cineasta deu à sua nova produção toda a bizarrice que a primeira versão, de 1971, não explorou ao levar para as telas a obra do escritor Roald Dahl.
Mas o novo filme não deixa de fazer algumas referências (propositalmente ou não) à produção dos anos 70, especialmente pelas cores e formas retrôs. A história também se mantém a mesma: um milionário convida cinco crianças a conhecerem sua fábrica de chocolate. Durante a visita, elas vão deixando de lado a simpatia para com Willy (que prometeu um prêmio especial a apenas uma delas) e exaltam seus defeitos. A exceção é Charlie Bucket (Freddie Highmore), o único garoto pobre do grupo.
A competitiva Violet Beauregarde (AnnaSophia Robb) é filha de uma perua perfeccionista. Tem uma sala cheia de troféus e se gaba de ser a campeã mundial de mastigação de chiclete. Mike Teavee (Jordan Fry) é um viciado em videogame e metido a sabe-tudo. Já Veruca Salt (Julia Winter) é a garota mimada que briga com o pai milionário para conseguir tudo o que quer. Augustus Gloop (Philip Wiegratz), por sua vez, é o gordinho que não pára de comer chocolate.
Por todas essas características, as crianças vão caindo nas armadilhas de Willy para desvendar o caráter de cada uma. Sobra Charlie, que vive com os pais e avós e com eles divide todas as noites, sem se queixar, uma rala sopa de repolho. A família vive em um casebre miserável --curiosamente o diretor conseguiu, com seu padrão estético, dar a real noção da pobreza em um filme de Hollywood ("Parece minha casa", confirma, em tom de brincadeira, uma das crianças de Paraisópólis).
Apesar da punição dada a quatro das crianças, o filme, antes de ser uma crítica ao comportamento dos filhos, é um alerta à educação dada pelos pais --que o diga o protagonista.
Conforme corre a visita, flashbacks vão desvendando os motivos da bizarrice do dono da fábrica. Como o assunto é a relação entre filhos e pais (palavra que Willy sequer consegue pronunciar), pode-se imaginar a origem de tudo.
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da Folha Online
A sessão começa e Willy Wonka (Johnny Depp) aparece na tela. "Olha! É o Michael Jackson!", grita um garoto. "Cuidado que ele vai fazer uma pedofilia em você!"
De nada adiantou Depp dizer que não se inspirou no cantor pop para compor Willy Wonka, protagonista de "A Fantástica Fábrica de Chocolate", que estréia nesta sexta (22) no Brasil. Como observou o garoto da favela Paraisópolis na pré-estréia para crianças do projeto Florescer, seja pela palidez ou pela aproximação com crianças, Willy parece Jackson. Muito.
Divulgação |
Johnny Depp vive Willy Wonka |
Mestre das fantasias sombrias --vide "Os Fantasmas se Divertem" (1988), "Batman" (1989) e "Edward Mãos de Tesoura" (1990), entre outros--, o cineasta deu à sua nova produção toda a bizarrice que a primeira versão, de 1971, não explorou ao levar para as telas a obra do escritor Roald Dahl.
Mas o novo filme não deixa de fazer algumas referências (propositalmente ou não) à produção dos anos 70, especialmente pelas cores e formas retrôs. A história também se mantém a mesma: um milionário convida cinco crianças a conhecerem sua fábrica de chocolate. Durante a visita, elas vão deixando de lado a simpatia para com Willy (que prometeu um prêmio especial a apenas uma delas) e exaltam seus defeitos. A exceção é Charlie Bucket (Freddie Highmore), o único garoto pobre do grupo.
Divulgação |
Charlie (à esq.) é o garoto pobre |
Por todas essas características, as crianças vão caindo nas armadilhas de Willy para desvendar o caráter de cada uma. Sobra Charlie, que vive com os pais e avós e com eles divide todas as noites, sem se queixar, uma rala sopa de repolho. A família vive em um casebre miserável --curiosamente o diretor conseguiu, com seu padrão estético, dar a real noção da pobreza em um filme de Hollywood ("Parece minha casa", confirma, em tom de brincadeira, uma das crianças de Paraisópólis).
Apesar da punição dada a quatro das crianças, o filme, antes de ser uma crítica ao comportamento dos filhos, é um alerta à educação dada pelos pais --que o diga o protagonista.
Conforme corre a visita, flashbacks vão desvendando os motivos da bizarrice do dono da fábrica. Como o assunto é a relação entre filhos e pais (palavra que Willy sequer consegue pronunciar), pode-se imaginar a origem de tudo.
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