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19/10/2000 - 11h44

Quadrinhos são reconhecidos como gênero literário em Frankfurt

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da France Presse
em Frankfurt

Os quadrinhos (ou "comic books") estão sendo pela primeira vez reconhecidos como um gênero literário de pleno direito, tanto artística quanto comercialmente, na Feira do Livro de Frankfurt, a mais importante manifestação editorial do mundo.

O presidente da Feira, Lorenzo Rudolf, considera os quadrinhos "um
importante suporte da cultura popular". "Em Tóquio, por exemplo, as pessoas já não lêem os jornais no metrô e sim 'mangás'", os quadrinhos japoneses", acrescentou.

Durante muito tempo, as revistas em quadrinhos foram consideradas uma
"leitura exclusiva de crianças e adolescentes", enquanto que as destinadas "aos adultos eram sistematicamente associadas à pornografia", estima o editor e crítico Eckart Sackman, em um artigo da edição especial da revista "Buchkultur", onde parabeniza o fato de a feira ter concedido um lugar de honra ao gênero neste ano.

Pela primeira vez em 52 edições, a grande vitrine mundial do livro reservou espaços exclusivos para o comic book, desde os super-heróis americanos como Batman e Superman até os clássicos franco-belgas, passando pelos mangás, a ficção científica, o western ou os mais intelectuais, como "Maus", de Art Spiegelmann.

Frankfurt vai mostrar o quadrinho "tal como é, ou seja, uma arte literária de pleno direito, que trata de todos os temas", explicou Birgit Fricke, da equipe encarregada dos quadrinhos.

A presença dos quadrinhos na Feira também permite que, em função de seu
estreito vínculo com o mundo do cinema, do vídeo, dos games e da Internet, o livro possa criar laços com esses meios, acrescentou Fricke.

A revista da série "Os Simpson's", por exemplo, vende 180 mil exemplaers
por mês, segundo Stefan Volkmer, presidente da editora Dino, responsável por sua edição alemã.

A "Revista do Mickey", por sua vez, publicada pela editora Egmont Ehapa, vende 500 mil exemplares por semana, a maior tiragem em quadrinhos na Alemanha.

Os mangás japoneses também ocupam uma boa parte do mercado. A editora Carlsen, que possui o catálogo mais importante da Alemanha, com cerca de mil títulos, garante com os mangás 50% de seu faturamento, indicou o relações pública Kai-Steffen Schwarz.

Os mangás são traduzidos, mas conservam o mesmo formato dos originais, que são lidos a partir da última página, como no Japão.

Entre 1999 e 2000, os resultados de Carlsen progrediram 40% graças aos
mangás. "No entanto, de forma alguma abandonaremos nossos personagens tradicionais, como Tintin ou Asterix", acrescentou Kai-Steffen Schwarz,
assinalando que o objetivo é oferecer a maior variedade possível ao público.

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