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20/07/2005 - 18h53

Hollywood abre os olhos para terrorismo com projetos sobre 11/9

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ROCÍO AYUSO
da EFE, em Los Angeles

O anúncio do filme de Oliver Stone sobre os atentados de 11 de setembro de 2001 foi o pontapé inicial para que a indústria de Hollywood entrasse de cabeça em um tema que até agora era tabu. Além do filme de Stone, ainda sem título, a ex-produtora de televisão Linda Ellman anunciou nesta semana um projeto sobre os atentados de 2001.

"On Native Soil: The Documentary of the 9/11 Commission Report" tem forma de documentário, mas não evita o toque de Hollywood ao ter Hilary Swank e Kevin Costner como narradores.

Além desse, existem outros projetos, como o que os estúdios Columbia preparam sobre o livro "102 Minutes", uma obra de ficção baseada em fatos reais, mas que ainda está sem roteiro.

O mesmo acontece na televisão, meio em que o anúncio, em junho, do cancelamento de uma minissérie da NBC sobre os atentados só aumentou o desejo da rede adversária, a ABC, de seguir adiante com sua idéia.

Mais uma vez Hollywood é lenta de reflexos, preocupada pela reação do público diante de um dos momentos mais delicados da história americana.

"Veremos de tudo: primeiro filmes de televisão terríveis e depois alguma megaprodução. Mas também chegará o momento do equilíbrio na hora de falar de algo que precisa ser contado", disse o diretor Spike Lee um ano depois dos atentados de 2001.

Stone afirmou à imprensa que seu filme não se centrará nos terroristas, em seus motivos ou na política existente por trás dos maiores atentados ocorridos nos EUA. Segundo uma primeira leitura do roteiro, publicada no jornal "Los Angeles Times", a trama parece um típico filme de desastres de Hollywood.

Dois homens (um policial novato e o chefe) soterrados sob seis metros de escombros esperam mais de 14 horas para ser resgatados sem entender o que aconteceu e se animando para continuar vivos. Esta é a história real dos agentes Will Jimeno e John McLoughlin, um dos últimos sobreviventes resgatados dos escombros das Torres Gêmeas.

McLoughlin será interpretado por Nicolas Cage, em um retrato "realista" de "como a humanidade reagiu aos trágicos eventos desse dia", afirmaram os estudos Paramount ao anunciar a produção.

No caso de "On Native Soil", o documentário deve chegar às telas antes do fim do ano com uma série de entrevistas com cinco dos sobreviventes e uma análise das recomendações da Comissão dos atentados.

"Quando um milhão de pessoas compra um livro, Hollywood percebe isso. E quando mais de um milhão de pessoas compra um livro editado pelo governo de 650 páginas de letra miúda até eu percebo", afirma o produtor do filme, Jeff Hays.

"Estou orgulhosa por contribuir para o projeto com minha voz se assim posso ajudar a escutarem suas vozes", afirmou Hilary Swank. Para Kevin Costner, se trata de contar as histórias "que todo americano quer e deve saber".

Esta parte não está tão clara. Hollywood está disposta a romper com o tabu do terrorismo, mas o público estará? Exemplos parecem afirmar o contrário. Na opinião da crítica, as referências aos atentados de 2001 de "A Guerra dos Mundos" podem ter custado ao filme o sucesso na bilheteria americana.

"V for Vendetta", inspirado em uma história em quadrinhos sobre um grupo de renegados em luta em uma Londres futurista, pode ter a estréia autocensurada por causa das semelhanças das explosões em um metrô e os atentados terroristas de 7 de julho.

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