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19/10/2000
-
20h51
da Reuters
em São Paulo
O cineasta português Manoel de Oliveira, 92, disse hoje em São Paulo sua admiração pelas telenovelas brasileiras. Mais velho cineasta do mundo em atividade, ele disse que a dramaturgia brasileira conseguiu criar um produto de tamanha qualidade e com tal personalidade que não deve nada ao cinema norte-americano nem ao europeu.
Foi nas novelas brasileiras, aliás, que ele conheceu o trabalho do ator Lima Duarte, protagonista do filme "Palavra e Utopia", que abriu ontem, para convidados, a 24ª Internacional de Cinema em São Paulo.
O diretor disse que Lima foi sua primeira escolha. "Se o ator é o certo para aquele determinado papel, então só pode ser ele, porque são os atores que fazem o filme", afirmou. "O realizar tem de se apagar por trás da câmera."
Duarte interpreta o padre Antonio Vieira na maturidade nesta cinebiografia, que destaca a beleza dos sermões do religioso, um dos mais importantes intelectuais do século 17. O filme está sendo exibido novamente hoje à noite, na sala UOL, seguida de um debate com o diretor.
Oliveira demonstrou também sua admiração pelo diretor Gláuber Rocha. "Ele criou um estilo único no mundo a partir da realidade brasileira", disse. O diretor também gosta do trabalho de Nelson Pereira dos Santos, mas julga-o mais europeu.
Sobre sua própria obra, Oliveira não se considera um cineasta tipicamente português e sim universalista. Enérgico e muito ativo, Oliveira mantém há décadas a rotina de lançar um filme por ano.
Já tem pronta uma nova produção, "Vou Para Casa", e prepara o roteiro de um documentário, "O Porto de Minha Infância", em que procura reencontrar as paisagens da cidade onde nasceu, em 1908, e onde mora até hoje.
Leia mais notícias de Ilustrada na Folha Online
Manoel de Oliveira elogia em SP a qualidade das novelas brasileiras
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em São Paulo
O cineasta português Manoel de Oliveira, 92, disse hoje em São Paulo sua admiração pelas telenovelas brasileiras. Mais velho cineasta do mundo em atividade, ele disse que a dramaturgia brasileira conseguiu criar um produto de tamanha qualidade e com tal personalidade que não deve nada ao cinema norte-americano nem ao europeu.
Foi nas novelas brasileiras, aliás, que ele conheceu o trabalho do ator Lima Duarte, protagonista do filme "Palavra e Utopia", que abriu ontem, para convidados, a 24ª Internacional de Cinema em São Paulo.
O diretor disse que Lima foi sua primeira escolha. "Se o ator é o certo para aquele determinado papel, então só pode ser ele, porque são os atores que fazem o filme", afirmou. "O realizar tem de se apagar por trás da câmera."
Duarte interpreta o padre Antonio Vieira na maturidade nesta cinebiografia, que destaca a beleza dos sermões do religioso, um dos mais importantes intelectuais do século 17. O filme está sendo exibido novamente hoje à noite, na sala UOL, seguida de um debate com o diretor.
Oliveira demonstrou também sua admiração pelo diretor Gláuber Rocha. "Ele criou um estilo único no mundo a partir da realidade brasileira", disse. O diretor também gosta do trabalho de Nelson Pereira dos Santos, mas julga-o mais europeu.
Sobre sua própria obra, Oliveira não se considera um cineasta tipicamente português e sim universalista. Enérgico e muito ativo, Oliveira mantém há décadas a rotina de lançar um filme por ano.
Já tem pronta uma nova produção, "Vou Para Casa", e prepara o roteiro de um documentário, "O Porto de Minha Infância", em que procura reencontrar as paisagens da cidade onde nasceu, em 1908, e onde mora até hoje.
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