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11/08/2005
-
10h00
ADRIANA FERREIRA
da Folha de S.Paulo
Não espere ouvir o Bojo tocando as músicas do novo CD, "Procedimento". Pelo menos não da maneira como elas estão registradas no álbum, ainda que o motivo do show de hoje, no Sesc Pompéia, seja o lançamento desse disco.
O improviso, uma das características mais instigantes do grupo, é o que dá o tom a essa apresentação e o que norteou as gravações do quinto trabalho da banda, que, segundo o instrumentista Maurício Bussab, 42, "é seu disco mais Bojo". "É o mais parecido com o show, quando a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirma.
Jazz eletrônico, definição que persegue o quarteto desde que ele colocou o álbum "Bojo" na internet, em 1999 --época em que isso era novidade no Brasil--, ainda é a maneira mais fácil de situar "Procedimento" nas prateleiras.
"Para mim, o que melhor define o jazz é a liberdade, e não o que o [Wynton] Marsalis diz que é jazz", explica Bussab. "A eletrônica usamos a serviço da música."
Muitas faixas desse disco devem soar familiares para quem assistiu a performances como a do festival Sonarsound, em 2004. Antes de gravar o álbum, o Bojo adotou o "procedimento" de experimentar as composições ao vivo, e só depois ir para o estúdio.
"O disco foi feito em três dias, mas há dois anos tocamos essas músicas", conta Bussab. Isso não impediu que boa parte do CD tenha saído no improviso. "As três [faixas] 'Procedimento 1, 2, 3' ao vivo não tinham letra. Elas vieram praticamente de uma mesma música tocada de um jeito diferente", lembra o baixista Du Moreira, 33.
As letras, por sua vez, que na maioria das vezes soam sem nenhum sentido, como em "Procedimento 2" ("No seu ó, da caixa/ Conserva, conserva"), seguem as regras da "bojologia". Os "bojólogos" são cerca de 300 pessoas que participam de jogos propostos pela banda por e-mail desde 1999.
"A lista de 70 palavras do [disco] 'Vocabulário' foi escolhida pela bojologia", esclarece Bussab sobre o processo que levou ao álbum lançado em 2002, em que cada palavra correspondia a uma micromúsica. "Procedimento 3" ("minguante pelas sobras da dureza/ chinelo esporte, inválido teu osso..."), por exemplo, é uma deturpação do hino nacional.
É por essas e outras que o novo disco do Bojo, mesmo depois da bem-sucedida parceria com Maria Alcina --que rendeu o CD "Agora"--, deve se restringir aos fãs do experimentalismo.
"O Bojo ficou mais conhecido sim depois da Maria Alcina, mas não acho que as pessoas que iam a esse show estarão no Sesc Pompéia", diz Bussab. "A gente não quer ser esquisito." Mas é...
Bojo
Quando: hoje (11), às 21h.
Onde: Sesc Pompéia - Choperia (r. Clélia, 93, Lapa, SP, tel. 0/xx/11/3871-7700).
Quanto: R$ 5 a R$ 15.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o grupo Bojo
Bojo refaz aposta na improvisação
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da Folha de S.Paulo
Não espere ouvir o Bojo tocando as músicas do novo CD, "Procedimento". Pelo menos não da maneira como elas estão registradas no álbum, ainda que o motivo do show de hoje, no Sesc Pompéia, seja o lançamento desse disco.
O improviso, uma das características mais instigantes do grupo, é o que dá o tom a essa apresentação e o que norteou as gravações do quinto trabalho da banda, que, segundo o instrumentista Maurício Bussab, 42, "é seu disco mais Bojo". "É o mais parecido com o show, quando a gente nunca sabe o que vai acontecer", afirma.
Jazz eletrônico, definição que persegue o quarteto desde que ele colocou o álbum "Bojo" na internet, em 1999 --época em que isso era novidade no Brasil--, ainda é a maneira mais fácil de situar "Procedimento" nas prateleiras.
"Para mim, o que melhor define o jazz é a liberdade, e não o que o [Wynton] Marsalis diz que é jazz", explica Bussab. "A eletrônica usamos a serviço da música."
Muitas faixas desse disco devem soar familiares para quem assistiu a performances como a do festival Sonarsound, em 2004. Antes de gravar o álbum, o Bojo adotou o "procedimento" de experimentar as composições ao vivo, e só depois ir para o estúdio.
"O disco foi feito em três dias, mas há dois anos tocamos essas músicas", conta Bussab. Isso não impediu que boa parte do CD tenha saído no improviso. "As três [faixas] 'Procedimento 1, 2, 3' ao vivo não tinham letra. Elas vieram praticamente de uma mesma música tocada de um jeito diferente", lembra o baixista Du Moreira, 33.
As letras, por sua vez, que na maioria das vezes soam sem nenhum sentido, como em "Procedimento 2" ("No seu ó, da caixa/ Conserva, conserva"), seguem as regras da "bojologia". Os "bojólogos" são cerca de 300 pessoas que participam de jogos propostos pela banda por e-mail desde 1999.
"A lista de 70 palavras do [disco] 'Vocabulário' foi escolhida pela bojologia", esclarece Bussab sobre o processo que levou ao álbum lançado em 2002, em que cada palavra correspondia a uma micromúsica. "Procedimento 3" ("minguante pelas sobras da dureza/ chinelo esporte, inválido teu osso..."), por exemplo, é uma deturpação do hino nacional.
É por essas e outras que o novo disco do Bojo, mesmo depois da bem-sucedida parceria com Maria Alcina --que rendeu o CD "Agora"--, deve se restringir aos fãs do experimentalismo.
"O Bojo ficou mais conhecido sim depois da Maria Alcina, mas não acho que as pessoas que iam a esse show estarão no Sesc Pompéia", diz Bussab. "A gente não quer ser esquisito." Mas é...
Bojo
Quando: hoje (11), às 21h.
Onde: Sesc Pompéia - Choperia (r. Clélia, 93, Lapa, SP, tel. 0/xx/11/3871-7700).
Quanto: R$ 5 a R$ 15.
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