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12/08/2005 - 19h21

Cópia da gruta pré-histórica de Lascaux viaja o mundo

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da France Presse, em Montignac, França

Após ter sido fechada ao público, em 1963, para evitar a degradação de seus afrescos, que datam de 15 mil anos atrás, a famosa gruta de Lascaux, obra-prima da pré-história francesa, vai correr o mundo, graças a uma cópia de alta tecnologia, que está sendo finalizada.

"É melhor ver Lascaux no ateliê do que ao vivo", brinca o criador do projeto, Renaud Sanson, que há 20 anos trabalha em reproduções da gruta de Montignac (sudoeste da França). Para este ex-cenógrafo de 58 anos, que se refere ao primeiro contato com Lascaux como uma "revelação", trata-se de "tirar Lascaux da pré-história para devolvê-la à sua dimensão humana e atemporal".

Esta "busca" começou em 1982, quando Sanson participou da criação da Lascaux 2ª, uma réplica da gruta em tamanho natural, o que o colocou no rol dos privilegiados a poder admirar as incríveis pinturas de animais da arte madalenense, descobertas em 1940 e ameaçadas por uma invasão de fungos.

Após a abertura da Lascaux 2ª ao público, em 1983, Sanson decidiu prosseguir na aventura, convencido de que podia "ir mais longe quanto à fidelidade", já que as reproduções de então foram feitas a partir de rápidos esboços desenhados em sessões de meia hora no fundo da caverna.

"Este é um trabalho admirável, visto através da sensibilidade de um artista plástico", explicou hoje; em 2003 se lançou em outro ambicioso projeto: "Lascaux revelada".

Também chamado de "Lascaux 3ª", o projeto que sairá do ateliê de Montignac no fim de 2007, deve ser exposto em Paris, segundo previsto, em 2008, e seguir então para Japão, Estados Unidos e Austrália.

O projeto visa a reproduzir os principais afrescos da Nave de Lascaux: os baixos-relevos da vaca negra, dos cinco cervos, os painéis de dois bisões, dos cabritos, assim como a cena do bruxo nos poços de Lascaux.

Para fazer este trabalho de "falsificador", o ateliê Z.K Productions, criado em 1997 por Sanson, e aberto ao público este ano, usa as técnicas mais modernas, começando pelo molde digital da gruta, feito a laser.

Um "modelo mestre", cópia quase prefeita da parede, foi criado em placas de poliestireno, trabalhadas com jatos d'água a alta pressão, controlados por computador, o que servirá para criar o molde do qual sairá uma parede virgem, que reproduzirá a textura da rocha graças a um pilão de pedra.

A grande inovação será a "projeção fotográfica em relevo", técnica que permitirá projetar a imagem dos afrescos, acompanhando o relevo dos muros.

"Podemos reproduzir o menor detalhe, o menor desgaste", entusiasma-se o criador, que vê em sua criação uma "ferramenta privilegiada para o conhecimento objetivo e científico da obra" e "a resposta para o fechamento irreversível das grutas ilustradas" da pré-história.

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