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15/08/2005
-
17h27
SÍLVIA YOSHIDA
da Folha Online
Eram 17 apresentações --entre DJs, bandas nacionais e estrangeiras-- e dois dias de show, mas foi justamente o último grupo a subir ao palco da Fábrica da Lapa que fez o Campari Rock entrar para o rol dos festivais históricos a aportar no Brasil.
Com mais de 30 anos de atraso, o MC5 veio ao país e mostrou por que é tão influente na história do rock. Wayne Kramer e companhia --todos bem tiozinhos-- fecharam o festival já na madrugada de domingo provocando a catarse que os quase 2.000 espectadores esperavam.
Estavam no setlist "Ramblin' Rose", "Sister Anne", "Call me Animal" e "Over and Over". Estava no vocal Mark Arm, do Mudhoney, incorporando Rob Tyner --vocalista do MC5 morto em 1991-- e se jogando no público em "American Ruse". E, no bis, os hinos "Kick Out the Jams" e "Rocket Reducer (Rama Lama Fa Fa Fa)", com Kramer comandando o coro do público.
Estava também presente o mesmo discurso politizado que marcou a trajetória da banda. "Havia uma guerra naquela época [Vietnã, quando o MC5 estava surgindo] e não gostávamos dela. Há uma guerra hoje, e também não gostamos", disse Kramer a certa altura. Além de, claro, a homenagem ao guitarrista Fred "Sonic" Smith, que morreu em 1994.
O mérito, no entanto, não foi só da banda de Detroit. Pouco antes, Forgotten Boys, Los Pirata e Irmãos Rocha! já haviam dado uma amostra de bom punk e rock e agitado o público presente, apesar da acústica do local --um grande galpão-- não ajudar muito e da qualidade do som deixar a desejar em certos momentos.
Um dia antes, na sexta-feira (12), abertura do festival, outras bandas já haviam sofrido com o problema. O duo The Kills, principal atração da noite, foi uma delas. Em algumas músicas, era quase impossível entender o que VV (ou Alison Mosshart) cantava.
Mesmo assim, a apresentação do Kills contentou os 1.600 fãs que passaram pelo local, segundo números da organização. Com energia de sobra e os cabelos caídos no rosto, VV cantava, dançava, pulava e reclamava do suporte do microfone, que teimava em não a obedecer.
Enquanto isso, Hotel (ou Jamie Hince) comandava a guitarra e a bateria pré-gravada mandando os hits "No Wow" --que abriu o show--, "Love is a Deserter", "Kissy Kissy" e "Dead Row 7".
Ao final, o saldo do Campari foi mais positivo --com bons shows e o grande mérito de trazer um representante do "novo" rock e um do "velho"-- que negativo --ainda que o som tenha falhado.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o Campari Rock
"Novo" e "velho" rock se completam em apresentações no Campari
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da Folha Online
Eram 17 apresentações --entre DJs, bandas nacionais e estrangeiras-- e dois dias de show, mas foi justamente o último grupo a subir ao palco da Fábrica da Lapa que fez o Campari Rock entrar para o rol dos festivais históricos a aportar no Brasil.
Com mais de 30 anos de atraso, o MC5 veio ao país e mostrou por que é tão influente na história do rock. Wayne Kramer e companhia --todos bem tiozinhos-- fecharam o festival já na madrugada de domingo provocando a catarse que os quase 2.000 espectadores esperavam.
Estavam no setlist "Ramblin' Rose", "Sister Anne", "Call me Animal" e "Over and Over". Estava no vocal Mark Arm, do Mudhoney, incorporando Rob Tyner --vocalista do MC5 morto em 1991-- e se jogando no público em "American Ruse". E, no bis, os hinos "Kick Out the Jams" e "Rocket Reducer (Rama Lama Fa Fa Fa)", com Kramer comandando o coro do público.
Estava também presente o mesmo discurso politizado que marcou a trajetória da banda. "Havia uma guerra naquela época [Vietnã, quando o MC5 estava surgindo] e não gostávamos dela. Há uma guerra hoje, e também não gostamos", disse Kramer a certa altura. Além de, claro, a homenagem ao guitarrista Fred "Sonic" Smith, que morreu em 1994.
O mérito, no entanto, não foi só da banda de Detroit. Pouco antes, Forgotten Boys, Los Pirata e Irmãos Rocha! já haviam dado uma amostra de bom punk e rock e agitado o público presente, apesar da acústica do local --um grande galpão-- não ajudar muito e da qualidade do som deixar a desejar em certos momentos.
Um dia antes, na sexta-feira (12), abertura do festival, outras bandas já haviam sofrido com o problema. O duo The Kills, principal atração da noite, foi uma delas. Em algumas músicas, era quase impossível entender o que VV (ou Alison Mosshart) cantava.
Mesmo assim, a apresentação do Kills contentou os 1.600 fãs que passaram pelo local, segundo números da organização. Com energia de sobra e os cabelos caídos no rosto, VV cantava, dançava, pulava e reclamava do suporte do microfone, que teimava em não a obedecer.
Enquanto isso, Hotel (ou Jamie Hince) comandava a guitarra e a bateria pré-gravada mandando os hits "No Wow" --que abriu o show--, "Love is a Deserter", "Kissy Kissy" e "Dead Row 7".
Ao final, o saldo do Campari foi mais positivo --com bons shows e o grande mérito de trazer um representante do "novo" rock e um do "velho"-- que negativo --ainda que o som tenha falhado.
Especial
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