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25/08/2005
-
09h53
JULIÁN FUKS
Enviado da Folha de S.Paulo a Passo Fundo
Chico Buarque bem que tentou, mas, dada a insistência dos jornalistas em entrevista coletiva durante a 11ª Jornada Nacional de Literatura em Passo Fundo (RS), não pôde se safar de tecer comentários sobre o momento político que vive o país.
Em longos meandros para evitar respostas mais incisivas, falou "a contragosto", "sem clareza ainda para definir uma posição", considerando que "às vezes o silêncio é importante".
No entanto, disse que "a alma do brasileiro está ferida com os acontecimentos que eram mantidos no plano subterrâneo e agora estão aflorando". "É claro que isso não é bom", afirmou, medindo as palavras, "mas é bom que se tome conhecimento, já que são coisas que vinham acontecendo há bastante tempo, uma prática usual na política brasileira".
Declarou-se "triste" com a situação, mas ressalvou: "Eu gosto do Lula. Continuo achando que sua eleição foi importante para a afirmação da democracia no país".
Questionado sobre a influência da situação política em sua obra musical, devolveu a pergunta, indignado: "Você não quer que eu faça o samba do 'mensalão', né?"
Chico chegou anteontem à jornada literária para receber o prêmio Zaffari & Bourbon por "Budapeste", melhor romance dos últimos dois anos.
O jornalista Julián Fuks viaja a convite da organização da 11ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo
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Em Passo Fundo, Chico Buarque diz que ainda gosta de Lula
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Chico Buarque bem que tentou, mas, dada a insistência dos jornalistas em entrevista coletiva durante a 11ª Jornada Nacional de Literatura em Passo Fundo (RS), não pôde se safar de tecer comentários sobre o momento político que vive o país.
Em longos meandros para evitar respostas mais incisivas, falou "a contragosto", "sem clareza ainda para definir uma posição", considerando que "às vezes o silêncio é importante".
No entanto, disse que "a alma do brasileiro está ferida com os acontecimentos que eram mantidos no plano subterrâneo e agora estão aflorando". "É claro que isso não é bom", afirmou, medindo as palavras, "mas é bom que se tome conhecimento, já que são coisas que vinham acontecendo há bastante tempo, uma prática usual na política brasileira".
Declarou-se "triste" com a situação, mas ressalvou: "Eu gosto do Lula. Continuo achando que sua eleição foi importante para a afirmação da democracia no país".
Questionado sobre a influência da situação política em sua obra musical, devolveu a pergunta, indignado: "Você não quer que eu faça o samba do 'mensalão', né?"
Chico chegou anteontem à jornada literária para receber o prêmio Zaffari & Bourbon por "Budapeste", melhor romance dos últimos dois anos.
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