02/09/2005 - 19h14

Irã expõe arte ocidental pouco conhecida no país

da France Presse, no Irã

Durante 50 dias o Irã vai exibir sua coleção de arte moderna, que passou grande parte dos últimos 25 anos escondida. Entre as obras estão pinturas de artistas como Paul Gauguin, Pablo Picasso, Jackson Pollock e Andy Warhol.

"É a única coleção deste tipo fora do mundo ocidental", explicou o curador do Museu de Arte Contemporânea de Teerã, Ali-Reza Samiazar.

As 188 pinturas em exposição foram compradas pela rainha Farah Pahlevi, que contratou uma equipe de especialistas para percorrer os leilões europeus e gastar parte do orçamento nacional com atividades culturais.

Desde a Revolução Islâmica em 1979, nenhuma nova peça foi acrescentada à coleção, que perpassa o surrealismo, o minimalismo, o expressionismo abstrato, o cubismo e a pop arte.

"As autoridades não gastariam o orçamento nacional com o que consideram um lixo", disse Samiazar, explicando que a maior parte das pinturas não podia ser exibida por causa da falta de espaço e de segurança do museu.

Apenas as esculturas, inclusive obras de Alberto Giacometti e Henry Moore, estão em exposição permanente.

"É uma festa para os olhos. Não sabia que tínhamos tanta coisa", explicou Mojdeh Hamidi, um jovem estudante iraniano que contemplava "O Matador", de Juan Miró.

Mas ainda há duas pinturas guardadas: "Gabriel", de Auguste Renoir e "The Golden Age", de André Derain.

Alguns radicais argumentaram que esta coleção têm pouca importância para a República Islâmica, o que significa que, a qualquer momento, elas podem ser novamente guardadas no acervo.

"Em dois anos de curadoria, fui procurado por vários marchands que acreditavam que o Irã não estava interessado na coleção, mas nada foi vendido", explicou.

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