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06/09/2005
-
09h36
GABRIELA LONGMAN
MARIO GIOIA
da Folha de S.Paulo
"Menos é mais." A famosa frase do arquiteto Mies van der Rohe (1886-1969) serve para conceituar a idéia dos curadores Pedro Cury e Gilberto Belleza sobre a 6ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que será aberta no dia 22 de outubro e se estenderá até 11 de dezembro no parque Ibirapuera, em São Paulo.
Apesar de projetos do arquiteto alemão não estarem presentes, sua síntese vem ao encontro do "enxugamento" dos números desta Bienal, que restringiu drasticamente o número da Exposição Geral de Arquitetos, por exemplo. A seção dedicada à produção recente de profissionais do meio vai apresentar 198 projetos. No evento anterior, eram 440. "Percebemos que havia um excesso de plantas, desenhos e cortes. Então agora exigimos a apresentação de maquetes", afirma Cury, que já havia sido curador da 5ª Bienal.
Tal obrigatoriedade vem pela vontade dos curadores em aproximar a mostra do grande público. A organização quer aumentar o número de visitantes, principalmente de pessoas que não trabalhem ou estudem na área. Segundo Cury, eles querem atingir 300 mil --foram cerca de 180 mil na edição passada.
Com o tema "Viver na Cidade - Realidade, Arquitetura e Utopia", os curadores dispõem de menos recursos, muito disso devido à retração de patrocínios ocasionada pela crise política. Orçado em cerca de R$ 4 milhões, o evento tem R$ 2 milhões a menos que o anterior.
"Senti mais dificuldades em obter verba do que na outra bienal. É visível a menor disponibilidade de patrocínio", conta Cury.
Apesar disso, Belleza e Cury enfatizam que a redução de projetos já havia sido proposta anteriormente. "Foi uma decisão curatorial", afirma Cury.
Outra diferença desta edição é que o design teve importância minimizada, caindo até do título do evento. "[O design] vai entrar em meio aos projetos arquitetônicos. Mas não quer dizer que não vai haver design na Bienal", avalia Antonio Claudio Fonseca, vice-presidente da seção São Paulo do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e integrante do conselho de organização da Bienal.
Medalhões
Entre os homenageados nas mostras especiais internacionais, despontam os nomes do finlandês Alvar Aalto (1898-1976) e do franco-suíço Le Corbusier (1887-1965).
De Aalto, virá uma mostra que foca os seus trabalhos de residências. Expoente de uma arquitetura considerada orgânica, influenciada pela natureza e que recusa formalismos, será ladeado no mesmo setor climatizado do prédio de Niemeyer pelos desenhos de Le Corbusier, mentor do racionalismo moderno na arquitetura.
"É ótimo trabalharmos com os contrastes. Eles estimulam a discussão, um dos pontos centrais da Bienal", afirma Cury.
E os debates devem dominar a primeira semana do evento. Entre as presenças prometidas, está a do português Gonçalo Byrne, um dos principais nomes da arquitetura européia contemporânea.
Entre os brasileiros, os principais tributos são destinados a Carlos Millan, Ícaro de Castro Melo e Eduardo Kneese de Melo.
O ingresso para o evento (no Pavilhão da Bienal, portão 3 do parque Ibirapuera) custará R$ 12, com meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a Bienal de Arquitetura
Bienal de Arquitetura encolhe na 6ª edição
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MARIO GIOIA
da Folha de S.Paulo
"Menos é mais." A famosa frase do arquiteto Mies van der Rohe (1886-1969) serve para conceituar a idéia dos curadores Pedro Cury e Gilberto Belleza sobre a 6ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, que será aberta no dia 22 de outubro e se estenderá até 11 de dezembro no parque Ibirapuera, em São Paulo.
Divulgação |
Bienal vai de 22 de outubro a 11 de dezembro em SP |
Tal obrigatoriedade vem pela vontade dos curadores em aproximar a mostra do grande público. A organização quer aumentar o número de visitantes, principalmente de pessoas que não trabalhem ou estudem na área. Segundo Cury, eles querem atingir 300 mil --foram cerca de 180 mil na edição passada.
Com o tema "Viver na Cidade - Realidade, Arquitetura e Utopia", os curadores dispõem de menos recursos, muito disso devido à retração de patrocínios ocasionada pela crise política. Orçado em cerca de R$ 4 milhões, o evento tem R$ 2 milhões a menos que o anterior.
"Senti mais dificuldades em obter verba do que na outra bienal. É visível a menor disponibilidade de patrocínio", conta Cury.
Apesar disso, Belleza e Cury enfatizam que a redução de projetos já havia sido proposta anteriormente. "Foi uma decisão curatorial", afirma Cury.
Outra diferença desta edição é que o design teve importância minimizada, caindo até do título do evento. "[O design] vai entrar em meio aos projetos arquitetônicos. Mas não quer dizer que não vai haver design na Bienal", avalia Antonio Claudio Fonseca, vice-presidente da seção São Paulo do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e integrante do conselho de organização da Bienal.
Medalhões
Entre os homenageados nas mostras especiais internacionais, despontam os nomes do finlandês Alvar Aalto (1898-1976) e do franco-suíço Le Corbusier (1887-1965).
De Aalto, virá uma mostra que foca os seus trabalhos de residências. Expoente de uma arquitetura considerada orgânica, influenciada pela natureza e que recusa formalismos, será ladeado no mesmo setor climatizado do prédio de Niemeyer pelos desenhos de Le Corbusier, mentor do racionalismo moderno na arquitetura.
"É ótimo trabalharmos com os contrastes. Eles estimulam a discussão, um dos pontos centrais da Bienal", afirma Cury.
E os debates devem dominar a primeira semana do evento. Entre as presenças prometidas, está a do português Gonçalo Byrne, um dos principais nomes da arquitetura européia contemporânea.
Entre os brasileiros, os principais tributos são destinados a Carlos Millan, Ícaro de Castro Melo e Eduardo Kneese de Melo.
O ingresso para o evento (no Pavilhão da Bienal, portão 3 do parque Ibirapuera) custará R$ 12, com meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos.
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