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06/09/2005 - 18h17

Sagrado e profano reinam nesta terça-feira em Veneza

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da France Presse, em Veneza (Itália)

O sagrado e o profano reinaram nesta terça-feira no Festival de Cinema de Veneza, com os filmes "Maria", de Abel Ferrara, que fala de religião, castigo e culpa, e o musical irreverente "Romance and Cigarettes", de John Turturro, uma comédia sobre sexo e vulgaridade.

As angústias míticas tratadas no filme de Ferrara, um americano de família católica italiana, resultam em uma complexa teia de textos sagrados, interpretações e análises sobre as figuras de Jesus e Maria Madalena.

O filme conta a crise espiritual da atriz Marie Palesi (Juliette Binoche) após ter interpretado o personagem de Maria Madalena em um filme, paralelamente à crise também religiosa de Ted Younger (Foret Whitaker), apresentador de um bem sucedido programa da TV americana sobre Jesus.

No roteiro, costurado com a ajuda de uma especialista no Evangelho, aborda-se a polêmica figura de Maria Madalena, misturando ao mesmo tempo superstições e temores com amor e traição.

"Tive a idéia de fazer este filme antes de 'A Paixão de Cristo', de Mel Gibson", disse o cineasta na entrevista coletiva de apresentação. "Na verdade, Gibson produziu 'A Paixão de Cristo' mais pelo dinheiro do que por Cristo", polemizou.

Cenas reais de atentados em Jerusalém e de um menino palestino que morre nos braços do pai mostram-se quase gratuitas e, em algumas ocasiões, injustas com respeito à narração e à temática.

"Dou uma visão de Cristo através dos textos sagrados", disse Ferrara, que consultou Evangelhos apócrifos, a Bíblia, bem como estudiosos judeus, batistas, etc..

O filme despertou as mesmas reações que a comédia musical de Turturro: vaias dos críticos e aplausos do público, muito embora o longa de Ferrara tenha sido apontado como um dos favoritos ao Leão de Ouro de melhor filme. Condimentado com uma linguagem repleta de vulgaridades e piadas, o terceiro filme de Turturro, respeitado ator americano, que também concorre ao prêmio máximo do festival, é um musical com cenas divertidas, piadas atrevidas e bons sentimentos.

"Quando as pessoas estão sem dinheiro, a música os diverte, como uma oração", explicou Turturro. "O filme é um grande circo, como a vida", acrescentou.

Protagonizado por Susan Sarandon no papel de Kitty, uma esposa traída, James Gandolfini ("A Família Soprano"), marido infiel e Kate Winslet como a jovem ruiva que o faz perder a cabeça, o filme foi apresentado como a "ópera da classe operária".

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