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22/10/2000 - 10h28

Quadro do chapéu ganha clones e cria polêmica

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da Folha de S.Paulo

Mais do que batido, o famoso "quadro do chapéu", em que convidados do programa de Raul Gil, na Record, tiram ou não o chapéu para fatos e personalidades, virou fonte de inspiração para outras atrações na TV.

Há pouco mais de um mês, Sérgio Mallandro, da TV Gazeta, seguindo a tendência do "Programa do Ratinho", do SBT, criou sua própria versão da brincadeira -na qual, em vez de "tirar ou não o chapéu", o convidado dá uma "beijoca" em fotos de amigos ou joga uma torta na cara de desafetos.
O quadro se tornou o centro de uma polêmica que envolve Raul e seus colegas do SBT e da Gazeta.

"Imitar o quadro desse jeito, na minha opinião, é ser muito cara-de-pau, é uma falta de ética profissional, apesar de eu admirar o talento deles. Para essa atitude, não tiro o chapéu", diz o veterano apresentador Raul Gil, que, na verdade, "herdou" o quadro de Airton Rodrigues, do "Almoço com as Estrelas", atração da década de 70.

Em 1994, meses após a morte de Rodrigues, Raul Gil resolveu implantar o quadro em seu próprio programa, com o aval de seu criador, Zé Messias, ex-jurado de Flávio Cavalcanti.

"É claro que esse quadro é inspirado no do Raul, isso não dá para negar. Mas na TV nada mais se cria. Não vejo motivo para ele ficar tão chateado. Será que Santos Dumont ficaria triste se soubesse da invenção do foguete?", retruca Mallandro, que já levou ao programa artistas como Agnaldo Timóteo -que jogou uma torta nas fotos de Hebe Camargo e de Xuxa- e o repórter policial Gil Gomes, que deu uma "tortada" na foto do jornalista Pimenta Neves.

É esse, aliás, o principal objetivo da brincadeira, seja em qual emissora for: fazer o convidado falar mal de seus rivais ou desafetos. Na última semana, por exemplo, o "Programa do Ratinho" conseguiu picos de 29 pontos no Ibope (cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo) quando a apresentadora Cátia Fonseca, ex-Record, deu nota zero -na versão do SBT, o convidado dá notas- para Claudete Troiano, sua substituta no "Note e Anote".

"Queremos é causar polêmica mesmo. Por isso a gente não faz que nem o Raul, que pergunta se a pessoa tiraria o chapéu para a fome e a violência. Ué, ninguém tira nada para elas, né? Aqui, o cara dá zero ou dá dez, nada de nota cinco para ninguém", afirma Fábio Furiatti, diretor do "Programa do Ratinho".

Para Raul Gil, muitas vezes os concorrentes perdem o respeito: "Outro dia, o diretor de TV Wilton Franco deu uma "tortada" na cara do Didi. Isso não se faz, ele é um mito da televisão brasileira".

Mentirinha

Tortada, beijoca, chapéu ou nota zero. Em todas as versões atuais do quadro de Zé Messias, o convidado escolhe de antemão os nomes sobre os quais quer falar -apesar do clima de suspense que é produzido durante a brincadeira, em especial no programa de Raul Gil.

"A pessoa tem todo o direito de escolher os nomes para quem quer tirar ou não o chapéu. Nós apenas sugerimos uma lista, ela é quem decide. Quem fica surpreso com as escolhas sou eu", diz Raul.

Para Furiatti, do "Ratinho", "era óbvio que, se a Cátia Fonseca topou participar do quadro, era para falar dos seus problemas na Record. Senão, não teria graça, né?".

 

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