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17/09/2005 - 19h16

Diretor de "Nove Canções" surpreende em San Sebastián

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da Folha Online

O cineasta britânico Michael Winterbottom surpreendeu e agradou o público nesta sexta-feira no Festival de Cinema de San Sebastián com o filme, "A Cock and Bull Story", uma hilariante história baseada no livro "Tristram Shandy", de Laurence Stern.

O filme, definido como comédia por seus próprios protagonistas, parece tão inclassificável quanto o diretor, que aprofunda ainda mais a sua carreira com este filme, a anos-luz de seu anterior, "Nove Canções", apresentado no último festival de San Sebastián, onde gerou polêmica.

"A forma como eu faço cinema não tem identidade", disse o cineasta em entrevista coletiva após a exibição de seu filme na seção oficial competitiva do Festival de San Sebastián.

Na fita, Winterbottom passa continuamente da ficção à realidade, acompanhando os atores Steve Coogan, Rob Brydon e a americana Gillian Anderson do vestuário e maquiagem às interpretações no filme.

"A idéia não era fazer um filme sobre como se faz um filme", disse o cineasta durante entrevista coletiva, na qual explicou que este foi o truque para se manter "fiel ao espírito do livro", escrito há 250 anos e pouco conhecido.

"Tentamos sair do livro para sermos fiéis a ele", afirmou Winterbottom, que neste filme volta a contar com o ator Steve Coogan, com que trabalhou em "A Festa Nunca Termina" ("24 Hours Party People").

Coogan se divide em vários papéis: o de Tristram Shandy, o protagonista que conta sua própria história, o de pai de Tristram e o de si mesmo atrás das câmeras, quando não está atuando.

Nesse espírito de ligeiro caos que predomina no filme, tem grande importância a capacidade de improviso dos atores que Winterbottom soube utilizar, como quando Steve Coogan e Rob Brydon estão sendo maquiados.

"Isso é totalmente improvisado", explicou Winterbottom. Ele afirmou que "podiam improvisar o quando desejassem", embora "a parte histórica seja muito fechada com o que é o roteiro" --ou seja, quando se trata do filme em si--, enquanto na parte que trata de como se faz o filme houve mais espaço para o improviso.

Winterbottom confessou funcionar "por impulsos". "Faço o que me interessa em um dado momento", disse, afirmando que até mesmo "durante a filmagem e a montagem" vai descobrindo coisas novas que não estavam em sua mente na hora de começar a rodar.

O cineasta lembrou que, quando faz um filme, primeiro vai atrás do que gosta para depois pensar se o filme agradará ou não as pessoas. Uma preocupação que não deve ter nesse momento, já que a fita foi acolhida com aplausos e boas críticas após sua exibição, tornando-a uma forte candidata à Concha de Ouro de melhor filme, prêmio máximo do festival.

Com agências internacionais

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