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20/09/2005 - 19h28

Memórias de Frida Kahlo são publicadas 50 anos após sua morte

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MARCELO APARICIO
da France Presse, em Barcelona

As memórias de Frida Kahlo, "Ahí les dejo mi retrato" ("Aqui lhes deixo o meu retrato", em tradução livre), são publicadas na Espanha pela editora Lumen em uma nova biografia da pintora mexicana, mais de 50 anos depois de sua morte.

O livro resgata cartas, poemas, bilhetes e dedicatórias, recolhidas pela crítica de arte argentina Raquel Tibol. "Aqui lhes deixo meu retrato, para que me tenham presente, todos os dias e as noites, que de vocês eu me ausento", disse Frida Kahlo em 1946, em uma de suas cartas.

Tais esboços íntimos desfilam no livro em ordem cronológica, ilustrando a relação que Frida mantinha com sua família, com os amigos e com seu companheiro inseparável, o pintor mexicano Diego Rivera.

"Nos encontramos perante uma contribuição extremamente valiosa, perante um conjunto de materiais (principalmente cartas) que configuram um espécie de autobiografia, a história de uma vida finalmente contada pela voz de sua protagonista, que fala a seus amigos e amantes, dos ícones de uma existência fisicamente fracassada e uma idade fronteiriça entre a adolescência e a juventude, mas exuberante de paixão, de energia e criatividade", escreve no prólogo a escritora catalã Ana María Moix.

Nas páginas deste livro está toda a força expressiva de Frida Kahlo, que joga com as palavras e as molda a seu gosto para que possam transmitir suas queixas de mulher atormentada pela doença, mas também seu amor por esse "menino grande, imenso, de rosto amável e olhar um pouco triste" que era Diego Rivera.

"Não falarei de Diego como de 'meu esposo' porque seria ridículo; Diego não foi nem será 'esposo' de ninguém. Tampouco como de um amante, porque ele representa muito além das limitações sexuais"(...). Só direi uma única verdade: a minha, que esboce, dentro da minha capacidade, sua imagem", escreveu Frida Kahlo em seu ensaio sobre um retrato do pintor mexicano.

Ao referir-se a André Breton e aos surrealistas, Kahlo fala "dessas baratas velhas", mas entre seus escritos está uma fantástica definição do surrealismo: "é a mágica surpresa de encontrar um leão dentro de um armário, onde se tem certeza de encontrar camisas".

Filha do fotógrafo judeu alemão Guillermo Kahlo, Frida nasceu em Coyoacán (México). Aos 16 anos sofreu um grave acidente que a fez, durante a convalescência, começar a pintar. Três anos mais tarde levou para Diego Rivera alguns de seus primeiros quadros, para que o grande pintor os analisasse, e ele a incentivou a continuar trabalhando. Em 1929, Diego e Frida se casaram.

Em 1938 foi inaugurada a primeira exposição da pintora mexicana em Nova York e em 1939, graças a seus contatos com André Breton, lhe abriram as portas para expor em Paris. Em 1953, um ano antes de sua morte, expos pela primeira vez na Galeria de Arte Contemporânea, na Cidade do México. Atualmente, sua casa de Coyoacán, onde morreu em 1954, funciona como um museu.

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