23/09/2005 - 09h00

"Doutores da Alegria" emociona sem ser piegas

RICARDO FELTRIN
Editor-chefe da Folha Online

O documentário "Doutores da Alegria", da diretora Mara Mourão, que foi ovacionado, aplaudido de pé e levou às lágrimas parte do público presente no Festival de Gramado, no mês passado, estréia nesta sexta-feira (23/9) no circuito comercial de cinema.

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Cena do longa-metragem "Doutores da Alegria"

"Doutores da Alegria" é uma obra (prima) de R$ 1,3 milhão que conta a saga do grupo de atores-palhaços que há 14 anos faz suas brincadeiras com crianças em hospitais de norte a sul do Brasil. Foi inspirado em trabalho semelhante realizado nos EUA em meados da década de 70. Nesses 14 anos, 350 mil crianças com as mais variadas doenças já foram "atendidas" pelo grupo.

O longa mostra não só o processo de trabalho dos atores, como seu envolvimento direto com aquelas crianças com câncer, leucemia e outras doenças gravíssimas. Os depoimentos dos atores são intercalados com cenas reais e muitas vezes impressionantes.

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Wellington Nogueira, fundador do grupo, e Mara Mourão

Não há nenhuma pieguice. Tampouco cenas apelativas. Tudo que se vê é um engajamento, de corpo e alma, de 37 pessoas dispostas a levar sorrisos (e até gargalhadas) aos pequenos muitas vezes em estado terminal.

"Divido meu trabalho nos 'Doutores' em duas fases. Antes e depois que tive meu filho, Téo, 6. Ao ver tantas crianças sofrendo, ao lutar tanto por um sorriso deles, todos os dias, é inevitável que em algum momento a gente se pergunte: será que algum dia terei de fazer meu filho sorrir da mesma forma que fazemos com essas crianças?", diz o ator Wellington Nogueira --marido de Mara, aliás-- à Folha Online.

Sem dúvida, "Doutores da Alegria" é um dos documentários mais "doces" já feitos no Brasil, e certamente vai mexer com o público.

Especial

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