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29/09/2005
-
21h02
SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
A gravadora paulista Trama assina, no próximo mês, contrato com o cantor e compositor pernambucano Junio Barreto, 41. Atualmente, ele faz uma temporada bem-sucedida de shows às sextas-feiras no Blen Blen, um celeiro de revelações musicais como as bandas "Funk como Le Gusta", "Clube do Balanço" e "Quasímodo".
O artista pretende começar a gravar um CD no final do ano. Ele diz que terá liberdade artística garantida pelo presidente da Trama, João Marcello Bôscoli.
Será o segundo disco de Barreto. Em 2004, ele lançou 6.000 cópias de um CD homônimo, com distribuição pela Tratore, uma das maiores distribuidoras de CDs independentes do país.
Em seu site, a Tratore define assim o primeiro CD de Barreto: "Em vez de cair na regionalidade total ou partir para um pós mangue beat o pernambucano Junio Barreto optou por trabalhar em cima do samba, com um certo clima de terreiro, nuanças eletrônicas e uma voz e sotaque bem característicos. Um disco envolto em tristeza, saudosismo e melancolia."
O cantor evita rótulos para seu trabalho. "Faço música brasileira. Faço música para os amigos, para a família."
Barreto cita a literatura como uma de suas influências, destacando autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Manoel de Barros. "Levo de dois a três meses para terminar uma música. É um trabalho solitário. Andando na rua, surge uma palavra, uma frase."
Os shows também ajudam a remodelar suas canções. "A música é reconstruída no palco, pintam situações novas, os músicos criam outros arranjos, com a troca de emoção com o público."
As parcerias no palco também são inspiradoras. Ele já dividiu o palco com Otto, Vanessa da Mata, Lenine e Fred Zeroquatro (Mundo Livre S/A).
A carreira de Barreto, que nasceu em Caruaru e se criou em Recife, começou no início dos anos 80. Em 1983, ele fazia parte da banda Uzzo na capital pernambucana. "Era uma banda meio gótica, com um ar de New Order e Joy Division. Era engraçado: andávamos vestidos de preto em uma cidade quente como Recife."
Ele considera essa experiência na banda Uzzo importante para sua formação artística. "Foi a base de tudo, onde aprendi a cantar e a me comportar no palco."
Barreto também trabalhou na produção de um circo itinerante no interior pernambucano. Nos anos 90, viveu a explosão do mangue beat, a fusão do rock, pop, reggae e ritmos nordestinos ("Acompanhei de perto os primeiros shows de Chico Science e Mestre Ambrósio"), mas evita se encaixar em algum movimento musical.
Há sete anos morando em São Paulo, Barreto diz que sua música ainda está restrita aos grupos formadores de opinião e ao meio universitário. "O perfil do meu público é gente mais informada, jornalistas, o pessoal ligado à TV, ao cinema, à moda."
Ele também tem feito shows no interior paulista. A banda é formada por profissionais experientes: Simone Soul (Zeca Baleiro e Projeto Cru) na percussão e bateria, Dudu Tsuda (Jumbo Elektro) no piano e efeitos, Gustavo Ruiz (DonaZica) no violão de sete cordas e guitarra, Mestre Nico (Beto Villares e Makumba Ciber) na percussão, Marcelo Monteiro (Projeto Cru) na flauta e saxofone e Alfredo Bello (Projeto Cru) no baixo e programações.
Para quem quiser conhecer seu repertório, que inclui boas canções como "Qualé Mago", "Amigos Bons" e "Se Vê Que Vai Cair Deita de Vez", Barreto volta a se apresentar nesta sexta-feira (30) no Blen Blen.
Serviço
Show de Junio Barreto
Quando: às sextas, até 16 de dezembro, às 23h
Onde: Blen Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520)
Quanto: R$ 12,50 até 23h e R$ 25 após às 23h
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Geração mangue beat revive com alagoanos do Ôxe
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Trama assina contrato com cantor Junio Barreto
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Editor de Ilustrada da Folha Online
A gravadora paulista Trama assina, no próximo mês, contrato com o cantor e compositor pernambucano Junio Barreto, 41. Atualmente, ele faz uma temporada bem-sucedida de shows às sextas-feiras no Blen Blen, um celeiro de revelações musicais como as bandas "Funk como Le Gusta", "Clube do Balanço" e "Quasímodo".
Divulgação |
Junio Barreto se apresenta ao lado de Vanessa da Mata |
Será o segundo disco de Barreto. Em 2004, ele lançou 6.000 cópias de um CD homônimo, com distribuição pela Tratore, uma das maiores distribuidoras de CDs independentes do país.
Em seu site, a Tratore define assim o primeiro CD de Barreto: "Em vez de cair na regionalidade total ou partir para um pós mangue beat o pernambucano Junio Barreto optou por trabalhar em cima do samba, com um certo clima de terreiro, nuanças eletrônicas e uma voz e sotaque bem característicos. Um disco envolto em tristeza, saudosismo e melancolia."
O cantor evita rótulos para seu trabalho. "Faço música brasileira. Faço música para os amigos, para a família."
Barreto cita a literatura como uma de suas influências, destacando autores como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Manoel de Barros. "Levo de dois a três meses para terminar uma música. É um trabalho solitário. Andando na rua, surge uma palavra, uma frase."
Os shows também ajudam a remodelar suas canções. "A música é reconstruída no palco, pintam situações novas, os músicos criam outros arranjos, com a troca de emoção com o público."
As parcerias no palco também são inspiradoras. Ele já dividiu o palco com Otto, Vanessa da Mata, Lenine e Fred Zeroquatro (Mundo Livre S/A).
A carreira de Barreto, que nasceu em Caruaru e se criou em Recife, começou no início dos anos 80. Em 1983, ele fazia parte da banda Uzzo na capital pernambucana. "Era uma banda meio gótica, com um ar de New Order e Joy Division. Era engraçado: andávamos vestidos de preto em uma cidade quente como Recife."
Ele considera essa experiência na banda Uzzo importante para sua formação artística. "Foi a base de tudo, onde aprendi a cantar e a me comportar no palco."
Barreto também trabalhou na produção de um circo itinerante no interior pernambucano. Nos anos 90, viveu a explosão do mangue beat, a fusão do rock, pop, reggae e ritmos nordestinos ("Acompanhei de perto os primeiros shows de Chico Science e Mestre Ambrósio"), mas evita se encaixar em algum movimento musical.
Há sete anos morando em São Paulo, Barreto diz que sua música ainda está restrita aos grupos formadores de opinião e ao meio universitário. "O perfil do meu público é gente mais informada, jornalistas, o pessoal ligado à TV, ao cinema, à moda."
Ele também tem feito shows no interior paulista. A banda é formada por profissionais experientes: Simone Soul (Zeca Baleiro e Projeto Cru) na percussão e bateria, Dudu Tsuda (Jumbo Elektro) no piano e efeitos, Gustavo Ruiz (DonaZica) no violão de sete cordas e guitarra, Mestre Nico (Beto Villares e Makumba Ciber) na percussão, Marcelo Monteiro (Projeto Cru) na flauta e saxofone e Alfredo Bello (Projeto Cru) no baixo e programações.
Para quem quiser conhecer seu repertório, que inclui boas canções como "Qualé Mago", "Amigos Bons" e "Se Vê Que Vai Cair Deita de Vez", Barreto volta a se apresentar nesta sexta-feira (30) no Blen Blen.
Serviço
Show de Junio Barreto
Quando: às sextas, até 16 de dezembro, às 23h
Onde: Blen Blen (r. Inácio Pereira da Rocha, 520)
Quanto: R$ 12,50 até 23h e R$ 25 após às 23h
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