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02/10/2005 - 12h30

Menino Maluquinho ganha série na TV

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MARCELO BARTOLOMEI
Colaboração para a Folha de S.Paulo, no Rio

O personagem mais famoso da literatura infantil brasileira mudou de cara e, a partir de novembro, o Menino Maluquinho vai aparecer pela primeira vez na televisão de cabelo ruivo, numa série de 26 capítulos da TVE Brasil --a produção negocia a exibição em outras emissoras.

Ele está diferente dos conhecidos traços do cartunista Ziraldo e do que já foi exibido nos cinemas. Mas sua casa, cujo cenário foi construído num estúdio da zona oeste do Rio de Janeiro, onde acontecem as gravações, é familiar: o quarto vive bagunçado; os brinquedos, espalhados; as fotos enfeitam as paredes e as estantes.

Os móveis da sala, do escritório, da cozinha, do quarto e do banheiro são envelhecidos, e os eletrodomésticos e livros, usados. Tudo, segundo o diretor da atração, César Rodrigues, ajuda a imprimir realidade ao programa. "É um personagem muito conhecido, porém muito jovem e brasileiro. O grande mérito da série é estar centrado no livro. É uma história de vida", diz ele, que também será o diretor do terceiro filme do personagem para o cinema, que deve ser feito em 2006.

Escovar os dentes, fazer xixi, o primeiro dia de aula, a hiperatividade infantil, a primeira namorada, as diferenças entre os amigos, o incentivo à leitura e as brincadeiras saudáveis em família são hábitos da vida "maluquinha".

As histórias do dia-a-dia da típica família de classe média foram costuradas no roteiro criado por Cao Hamburguer e Anna Muylaert, a mesma dupla de "Castelo Rá-Tim-Bum" (1995), o premiado e elogiado programa infantil exibido na TV Cultura até hoje.

A equipe de produção do "Menino Maluquinho" é praticamente a mesma, ao menos nas bases, tendo à frente do projeto Beth Carmona e Rosa Crescente, presidente e diretora de programação da TVE, respectivamente.

Maluquinho, que na história original tem 10 anos, será mostrado em três fases: uma antes, de referência, aos 5 anos (Felipe Severo); na idade do personagem (Pedro Saback); e, depois, aos 30 anos (ator indefinido). "O último [que aparecerá em depoimentos no meio das tramas] serve como aglutinador de todas as histórias, como uma reflexão do que ele fez na infância e do que é atualmente", afirma o diretor.

A série é uma oportunidade de resgatar o papel da emissora, que é educar, segundo Carmona, que tem promovido nos últimos dois anos uma bem-sucedida reestruturação no canal. "Fazemos um programa comprometido com o que achamos que deva ser uma TV pública no país. É a possibilidade de oferecer algo desenvolvido originalmente. Temos um compromisso histórico com isso", diz Carmona.

Não é a primeira vez que a TVE aposta em Ziraldo para produzir um infantil. Em 1998, gravou 20 episódios de "A Turma do Pererê", exibido até hoje na TV.

De lá para cá, nada tão significativo quanto "O Menino Maluquinho" --um investimento de R$ 7 milhões com parte dos recursos do MinC e que ainda procura patrocínio da iniciativa privada por meio de incentivos fiscais- foi feito. "A gente já trabalhou com outros programas que fizeram sucesso entre as crianças. Mas, desta vez, a gente quis trazer a literatura para a TV como homenagem ao Ziraldo, aos pais e às crianças", diz Crescente.

Uma placa na porta do quarto avisa: "Atenção: Maluquinho". "É um menino que tem uma infância normal. Ele não é um herói; é um menino feliz, por isso é maluquinho", diz Rodrigues. "É um misto de criatividade com liberdade na condução da própria vida, da resolução de problemas, na tristeza ou na alegria. Dar limites é diferente de limitar", diz Carmona.

"O Menino Maluquinho" da TVE tem no elenco Eduardo Galvão (pai), Maria Mariana (mãe) e Ilva Nino (Irene), entre outros.

Especial
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