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24/10/2000 - 05h02

Ingleses do Leftfield magnetizam a platéia

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LEANDRO FORTINO, editor-assistente da Ilustrada

Por que Moloko e Leftfield dividiram o mesmo palco? Qual a importância do trip hop de Jay-Jay Johanson para encerrar a noite percussiva do festival? Eram só aquilo os visuais de Annie 001 anunciados para Talvin Singh?

Algumas perguntas pairavam no ar durante os shows do Main Stage, no sábado, e do New Directions, no domingo. A reposta cai na incoerência da curadoria do evento quanto à escalação e à divisão dos artistas pelos palcos pop.

A começar pela escolha do Moloko para abrir o show do Leftfield, sábado, no Main Stage. Sustentada por apenas duas faixas conhecidas pelo público, a dupla fez uma apresentação morna, prejudicada pela lenta entrada da platéia (só no bis o lugar encheu).

As oito músicas executadas não serviram sequer para aquecer a platéia, que, depois, ainda esperou mais de uma hora para ver o show do Leftfield. Valeu a pena.

Divididos entre bateria (Paul Daley) e teclado (Neil Barnes) e sem hits em comerciais de TV, os cabeças do Leftfield impressionaram pelo jeito de enfeitiçar o público. Poderes para a mágica eles tinham. Além do som -que poderia ter sido mais alto-, versões melhores que as gravadas em disco e efeitos visuais caprichados magnetizavam os espectadores, que, pulando quase sem parar, abalavam as estruturas do piso montado no lugar.

Esse delírio coletivo acontecia em momentos planejados pelo Leftfield, já que todo o show seguia um crescendo: do início, com a
atmosférica "Rino's Prayer", que desembocou no tecno alucinado de "Double Flash"; do reggae hipnótico de "Chant of a Poor Man", emendado na house pesada de "Black Flute"; e nos dubs e ecos de "Inspection", que culminaram no big beat "Song of Life".

Melhor opção para o show de abertura do Leftfield talvez fosse o sueco Jay-Jay Johanson, que encerrou o palco New Directions no domingo. Mas só pela afinidade eletrônica. Fotocópia malfeita do trip hop do Portishead, Johanson é desafinado, e seu som, diferentemente do que é proposto pelo palco (novas direções), não aponta para nenhum lugar inusitado.

Antes dele, apresentou-se o inglês descendente de indianos Talvin Singh. Sem trazer a parafernália eletrônica necessária para reproduzir a música gravada em seu álbum, "OK", e em seu principal trabalho como produtor, a coletânea "Anouka", o atrativo extra (anunciado em toda a publicidade do Free Jazz) foram os "visuais de Annie 001". Não passaram de alguns efeitos sobre a imagem do percussionista que era captada ao vivo. Mesmo assim, faltando coisas, Singh, suas tablas e mais dois percussionistas impressionaram pela precisão e habilidade.

No bis, o brasileiro Marcos Suzano, que abriu a noite, fez uma discreta participação especial.

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