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07/10/2005 - 14h23

Moda brasileira mostra arte no trabalho dos tecidos em Paris

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da France Presse

Os coloridos e elaborados vestidos de Lino Villaventura, os delicados brocados de seda pintados à mão de Walter Rodrigues e as roupas de banho bordadas de Amir Slama para a Rosa Chá representaram a moda brasileira em um desfile celebrado em Paris nesta sexta-feira, no qual se destacou a originalidade do desenho dos estilistas, que consiste em um extraordinário trabalho de tecidos.

Na Semana de Moda de Paris, a criação brasileira se apresenta de sexta a segunda-feira nos salões do luxuoso Hotel Crillon da capital, sob o patrocínio da Abest (Associação Brasileira de Estilistas), entidade que reúne 24 profissionais.

Walter Rodrigues apresentou uma coleção com espírito de alta costura e que, ao mesmo tempo, busca inspiração no trabalho artesanal, não só do Brasil, mas de todo o mundo.

"Estou sempre atento ao que as mulheres querem vestir. O principal para mim é a elegância e a contemporaneidade", disse o estilista, que evocou os ensinamentos do mestre Yves Saint Laurent.

A leveza foi a chave de sua coleção, que usa crepe georgette e musseline nos vaporosos vestidos se noite. Vestidos curtos e jaquetas de brocado de seda pintados à mão alegram um guarda-roupas de corte impecável.

Tapeçaria

O trabalho sobre o tecido também foi a chave da coleção de Lino Villaventura, que apresentou suntuosos vestidos em que as mais diversas matérias-primas se cruzam, sobrepõe, se enriquecem com bordados e relevos, em uma explosão de cores que lembram uma rica tapeçaria.

Reinaldo Lourenço e Glória Coelho, marido e mulher, formam uma família dedicada à moda. Apresentadas juntas, as duas coleções se diferenciaram uma da outra por seu estilo. Na coleção de Lourenço, voile branco totalmente bordado à inglesa em casaquinhos curtos e tailleurs com saias curtas vestem uma mulher de elegância juvenil.

Glória Coelho reeditou o pretinho básico em todas as suas variações, longo ou curto. A sobriedade do corte e da cor foi quebrada com cascatas de tule ou delicados bordados, como na jaqueta de algodão preto com acabamento em tule nos punhos, que acompanhou um vestido lingerie cinza e preto. A inspiração na roupa íntima também esteve presente nos vestidinhos de seda em tons claros que acompanharam adereço de flores.

A marca Iódice, por sua vez, apresentou uma mulher romântica e juvenil, na qual a alegria dos estampados de tecidos fluidos marcaram a silhueta e deram um toque de cor e sofisticação ao jeans que acompanham.

Estilista da Rosa Chá, Amir Slama trabalha com um tecido que mistura algodão e poliamida, especialmente concebido para as roupas de banho.

"Eu não crio peças para serem trajes de banho, mas peças para vestir, roupa de praia", explicou o estilista. Seus biquínis, delicadamente bordados, são cobertos com vestidos curtos ou blusas que formam um conjunto. A coleção começa com cores tênues, brancos e beges, e progressivamente a palheta vai ascendendo para as cores vivas.

Slama, que também é presidente da Abest, reforçou o papel que a associação desempenha na promoção da criação da moda brasileira no exterior.

Um papel que destaca a especialista brasileira Angela Tamiko Hirata, presente no desfile. "Acredito firmemente que nós estamos nos situando no mundo como uma marca de qualidade nos países formadores de opinião sobre moda, como França e Itália. Walter Rodrigues, Iódice, Lino e os outros já têm um nome no mundo, ainda não vendem muito, mas eles fazem com que exista uma idéia de qualidade sobre a moda do Brasil", disse.

"É muito importante para a economia do Brasil que a produção brasileira não seja um simples produto de mercado, mas uma marca de qualidade", concluiu.

Especial
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