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03/11/2005
-
10h03
JOÃO BATISTA NATALI
da Folha de S.Paulo
Gilberto Mendes, 82, é um homem bem-humorado e feliz. São duas de suas qualidades como pessoa física e como um superlativo compositor da modernidade na música erudita.
O documentário "A Odisséia Musical de Gilberto Mendes" retrata essa bonomia de um modo refinado. Dá vontade de passar dias seguidos em companhia dos 39 discos com suas composições.
O veterano músico santista, criador em 1962 do Festival Música Nova, é uma espécie de Villa-Lobos ao avesso, que sempre jogou no time oposto ao da corrente nacionalista. Criou escola, fez discípulos. Mas sem a arrogância ou a empáfia dos que se consideram proprietários da verdade musical.
Pelo contrário, é um homem simples, tímido. Surpreende-se com o sucesso que faz no exterior. O documentário --feito por Carlos de Moura Ribeiro Mendes, um de seus filhos-- o retrata em lugares onde muitos o reverenciam.
O filme se constrói em torno da curiosidade demonstrada por uma neta do compositor. Ela é a narradora que procura compreender qual é a identidade artística do avô. É a voz dela que interroga outros artistas com percursos paralelos ou descendentes de Gilberto Mendes. Nessa espécie de "quem é quem" das vanguardas brasileiras, aparecem Décio Pignatari, Flô Menezes, Lutero Rodrigues, Augusto e Haroldo de Campos, Olivier Toni, Willy Correa de Oliveira, Caio Pagano, Almeida Prado, Roberto Minczuk.
Gilberto Mendes tem seu nome associado à música nova, termo que surgiu em Darmstadt, na Alemanha, em cursos de verão dados por compositores como Pierre Boulez, Luciano Berio ou Stockhausen. Gilberto Mendes foi um dos participantes. Mas sem adotar a ortodoxia em vigor.
Ele foi e continua a ser um heterodoxo. O documentário, por uma sucessão de exemplos sonoros, dá conta dessa heterodoxia. É algo que se digere com um incrível apetite. E, por detrás, o constante sorriso do compositor.
A Odisséia Musical de Gilberto Mendes
Direção: Carlos de Moura Ribeiro Mendes
Quando: hoje, às 21h20, no Cineclube Vitrine
Especial
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Filme faz "quem é quem" da vanguarda
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da Folha de S.Paulo
Gilberto Mendes, 82, é um homem bem-humorado e feliz. São duas de suas qualidades como pessoa física e como um superlativo compositor da modernidade na música erudita.
O documentário "A Odisséia Musical de Gilberto Mendes" retrata essa bonomia de um modo refinado. Dá vontade de passar dias seguidos em companhia dos 39 discos com suas composições.
O veterano músico santista, criador em 1962 do Festival Música Nova, é uma espécie de Villa-Lobos ao avesso, que sempre jogou no time oposto ao da corrente nacionalista. Criou escola, fez discípulos. Mas sem a arrogância ou a empáfia dos que se consideram proprietários da verdade musical.
Pelo contrário, é um homem simples, tímido. Surpreende-se com o sucesso que faz no exterior. O documentário --feito por Carlos de Moura Ribeiro Mendes, um de seus filhos-- o retrata em lugares onde muitos o reverenciam.
O filme se constrói em torno da curiosidade demonstrada por uma neta do compositor. Ela é a narradora que procura compreender qual é a identidade artística do avô. É a voz dela que interroga outros artistas com percursos paralelos ou descendentes de Gilberto Mendes. Nessa espécie de "quem é quem" das vanguardas brasileiras, aparecem Décio Pignatari, Flô Menezes, Lutero Rodrigues, Augusto e Haroldo de Campos, Olivier Toni, Willy Correa de Oliveira, Caio Pagano, Almeida Prado, Roberto Minczuk.
Gilberto Mendes tem seu nome associado à música nova, termo que surgiu em Darmstadt, na Alemanha, em cursos de verão dados por compositores como Pierre Boulez, Luciano Berio ou Stockhausen. Gilberto Mendes foi um dos participantes. Mas sem adotar a ortodoxia em vigor.
Ele foi e continua a ser um heterodoxo. O documentário, por uma sucessão de exemplos sonoros, dá conta dessa heterodoxia. É algo que se digere com um incrível apetite. E, por detrás, o constante sorriso do compositor.
A Odisséia Musical de Gilberto Mendes
Direção: Carlos de Moura Ribeiro Mendes
Quando: hoje, às 21h20, no Cineclube Vitrine
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