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23/11/2005 - 09h42

Fantômas não espera agradar Brasil

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THIAGO NEY
da Folha de S.Paulo

A notícia surpreendeu muita gente. Até o líder da banda...

Na semana passada, o grupo norte-americano de hardcore Suicidal Tendencies teve que cancelar sua participação no festival Claro que É Rock porque seu vocalista, Mike Muir, fará uma cirurgia para combater uma hérnia de disco. Como o evento se aproxima (próximos dias 26 e 27, em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente), os organizadores correram para encontrar um substituto. Aí apareceu o Fantômas de Mike Patton.

"[O convite] Foi inesperado. Nem temos tocado muito ultimamente. Vamos ensaiar uma única vez, e será bem rápido, já que estamos preocupados em conseguir nossos vistos", disse à Folha o líder da banda, hoje com 37 anos e que no início dos anos 90 virou popstar no Brasil após shows com o extinto Faith No More.

O público ficou dividido. Os fãs do Suicidal, claro, reclamaram. Quem gosta de Patton, ou de Faith No More, ou de Fantômas, aplaudiu. "Achei uma pena [o cancelamento]. Mas é engraçado também, porque esses roqueiros velhos estão sofrendo problemas, como ter que passar por cirurgia de hérnia de disco", brincou o estudante Celso Pin Júnior, 27.

"Era a banda que mais me interessava [no evento]", afirmou Erick Roberto Spera, 18. Resignado, não vai deixar de ir. "O dinheiro já foi gasto, a namorada vai..." Já Matheus Araújo, 18, achou "legal" a substituição de bandas. "Gosto de Suicidal Tendencies, mas, como o último show deles no Brasil não foi tão bom, gostei da troca pelo Fantômas."

A troca de artistas dá um caráter mais experimental a esta primeira edição do Claro que É Rock.
Criado em 1998 por Patton, Buzz Osbourne (guitarra), Trevor Dunn (baixo) e Dave Lombardo (baterista que fez fama tocando no Slayer), o Fantômas é um dos projetos mais esquisitos do rock atual --se é que dá para chamar o que fazem de "rock".

O primeiro disco, homônimo (1999), foi realizado todo ele com Patton tendo a ficção científica como ponto de partida; o segundo, "The Director's Cut", é formado por interpretações de trilhas de filmes como "O Bebê de Rosemary"; o terceiro, "Delirium Cordia", é composto de apenas uma canção de 74 minutos de duração; e o quarto, "Suspended Animation", é inspirado em histórias em quadrinhos.
A música vai de experimentações jazzísticas a death metal.

"Sei que vamos deixar um monte de gente chateada", diz Patton, bem-humorado, sobre como serão os shows no Brasil. "É música difícil, que pede que o público realmente preste atenção, e, às vezes, em festivais, nós não somos uma banda que agrada a todos."

Para o Brasil, Lombardo não virá; em seu lugar, chamaram Terry Bozzio, que já tocou com Frank Zappa e Jaff Beck. "Nos shows, o baterista fica à frente do palco, olhando para mim. É como se fosse uma batalha. A música é fragmentada e se modifica rapidamente. É como assistir a um cartoon numa velocidade acelerada. O objetivo é fazer com que o ouvinte participe, que saia do show intrigado, nem que seja pensando: "Mas que diabos foi aquilo?"."

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Fantômas
  • Leia o que já foi publicado sobre o Claro que é Rock
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