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08/12/2005
-
13h21
da France Presse, em São Francisco
A campanha para salvar a vida do condenado à morte Stanley "Tookie" Williams, 51, ex-líder de uma gangue convertido em militante contra a violência, exacerbou as tensões raciais e relançou o debate sobre racismo e Justiça nos Estados Unidos.
Defensores dos direitos humanos e celebridades pediram ao governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, para dar indulto a Williams, co-fundador em 1971 da gangue Crips, uma das mais famosas de Los Angeles. Tookie foi condenado à pena capital em 1981 pela morte de quatro pessoas em 1979.
Líderes afro-americanos como Jesse Jackson, e atores como Danny Glover e Jamie Foxx, além do rapper Snoop Dogg, se uniram à campanha, conduzida principalmente pela organização SaveTookie.org.
Segundo a porta-voz desta organização, Barbara Becnel, o site na internet, criado para que Tookie recebesse apoio, foi inundado de mensagens de insulto, claramente racistas e que pedem a execução de Williams.
"Isso não me surpreende", afirma Natasha Minsker, responsável local da Associação para a Defesa das Liberdades Civis (ACLU). "A pena de morte é sempre um assunto muito sensível do ponto de vista racial, pois justifica a necessidade de vingança da comunidade, que é um sentimento particularmente forte. Para as pessoas, é um meio de expressar seus temores, suas paixões e sua cólera sobre o que não vai bem na sociedade", acrescentou.
Durante todo o processo, Williams se declarou inocente, renegou seu passado, escreveu livros para crianças e promoveu a não-violência, a ponto de ser nomeado para o Prêmio Nobel da Paz.
Segundo um estudo sobre os homicídios na Califórnia entre 1990 e 1999, os assassinos de homens brancos tiveram quatro vezes mais chances de serem condenados à morte do que aqueles que mataram latino-americanos e três vezes mais que os responsáveis por assassinatos de afro-americanos.
No caso Williams, todos os recursos da apelação apresentados foram rejeitados, e a Corte Suprema, a mais alta instância judicial americana, negou-se a examinar seu caso. "O caso Williams é perpassado por racismo do princípio ao fim", afirma Minsker, "da seleção dos jurados à eleição dos procuradores".
Das 645 pessoas que estão no corredor da morte na Califórnia, 229 são negras, 121 latinas e 256 brancas, segundo a ACLU, que destaca que os negros representam 8% da população do Estado. Desde 1967, nenhum condenado à morte na Califórnia conseguiu mudar sua pena.
Negros e brancos estão tão divididos em relação ao caso Williams, como estiveram no caso O. J. Simpson.
Os negros consideram Williams um símbolo da redenção com a experiência das gangues, o que lhe permite, mais que qualquer um, levar sua mensagem para os jovens afro-americanos que residem nos guetos urbanos, afirmam organizações não-governamentais.
O governador Arnold Schwarzenegger deverá examinar o recurso apresentado pelos advogados de Tookie Williams na quinta-feira, ou seja, cinco dias antes da data prevista para sua execução.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Tookie Williams
Artistas dos EUA debatem racismo
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A campanha para salvar a vida do condenado à morte Stanley "Tookie" Williams, 51, ex-líder de uma gangue convertido em militante contra a violência, exacerbou as tensões raciais e relançou o debate sobre racismo e Justiça nos Estados Unidos.
Defensores dos direitos humanos e celebridades pediram ao governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, para dar indulto a Williams, co-fundador em 1971 da gangue Crips, uma das mais famosas de Los Angeles. Tookie foi condenado à pena capital em 1981 pela morte de quatro pessoas em 1979.
Líderes afro-americanos como Jesse Jackson, e atores como Danny Glover e Jamie Foxx, além do rapper Snoop Dogg, se uniram à campanha, conduzida principalmente pela organização SaveTookie.org.
Segundo a porta-voz desta organização, Barbara Becnel, o site na internet, criado para que Tookie recebesse apoio, foi inundado de mensagens de insulto, claramente racistas e que pedem a execução de Williams.
"Isso não me surpreende", afirma Natasha Minsker, responsável local da Associação para a Defesa das Liberdades Civis (ACLU). "A pena de morte é sempre um assunto muito sensível do ponto de vista racial, pois justifica a necessidade de vingança da comunidade, que é um sentimento particularmente forte. Para as pessoas, é um meio de expressar seus temores, suas paixões e sua cólera sobre o que não vai bem na sociedade", acrescentou.
Durante todo o processo, Williams se declarou inocente, renegou seu passado, escreveu livros para crianças e promoveu a não-violência, a ponto de ser nomeado para o Prêmio Nobel da Paz.
Segundo um estudo sobre os homicídios na Califórnia entre 1990 e 1999, os assassinos de homens brancos tiveram quatro vezes mais chances de serem condenados à morte do que aqueles que mataram latino-americanos e três vezes mais que os responsáveis por assassinatos de afro-americanos.
No caso Williams, todos os recursos da apelação apresentados foram rejeitados, e a Corte Suprema, a mais alta instância judicial americana, negou-se a examinar seu caso. "O caso Williams é perpassado por racismo do princípio ao fim", afirma Minsker, "da seleção dos jurados à eleição dos procuradores".
Das 645 pessoas que estão no corredor da morte na Califórnia, 229 são negras, 121 latinas e 256 brancas, segundo a ACLU, que destaca que os negros representam 8% da população do Estado. Desde 1967, nenhum condenado à morte na Califórnia conseguiu mudar sua pena.
Negros e brancos estão tão divididos em relação ao caso Williams, como estiveram no caso O. J. Simpson.
Os negros consideram Williams um símbolo da redenção com a experiência das gangues, o que lhe permite, mais que qualquer um, levar sua mensagem para os jovens afro-americanos que residem nos guetos urbanos, afirmam organizações não-governamentais.
O governador Arnold Schwarzenegger deverá examinar o recurso apresentado pelos advogados de Tookie Williams na quinta-feira, ou seja, cinco dias antes da data prevista para sua execução.
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