Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/12/2005 - 20h07

Brasileiro ganha prêmio de fotografia

Publicidade

da France Presse, em Paris

O brasileiro Thiago Barros foi o ganhador do Prêmio Internacional Juan Rulfo na categoria Foto, que será atribuído nesta segunda-feira, em Paris. Entre os outros premiados estão a mexicana Ana Clavel e o peruano Mirko Lauer, na categoria Romance Curto, e o mexicano Pedro Jaime de Isla Martínez, na categoria Conto.

O prêmio foi atribuído a Thiago Barros por sua obra "Soledades".

O júri encarregado do prêmio destacou em suas considerações que, em suas fotografias, Barros "põe sua sensibilidade a serviço de uma visão muito pessoal. Seus enquadramentos deixam aparecer o essencial da paisagem e do espaço. A narração fotográfica reúne o 'realismo mágico' de Juan Rulfo, mas se renova com a percepção de elementos estranhos, que encontram um lugar na imagem para traduzir sua harmonia".

O Prêmio de Romance Curto foi partilhado por Ana Clavel, por sua obra "Las violetas son flores del deseo", e Mirko Lauer por "Orbitas. Tertulias".

"Las violetas son flores del deseo" possui "uma impecável estrutura e um estilo tão cadenciado quanto envolvente, ritmado com sugestões e explorações abismais do mundo dos desejos", disse o júri encarregado dos prêmios.

Já "Orbitas. Tertulias", ilustra "com um olhar frio e desencantado" um microcosmo que aparece como uma "metáfora da sociedade peruana" e permite "ao narrador indagar o obscuro significado de seus sonhos".

O Prêmio de Conto foi atribuído a Pedro Jaime de Isla Martínez por sua obra "Papá se pegó un tiro hoy a las 6:25 de la mañana".

"Com prosa sóbria e precisa, Pedro Jaime de Isla Martínez constrói um universo narrativo em que o naufrágio de uma família coincide com os dramas da imigração mexicana nos Estados Unidos", destacou o júri em suas considerações.

Organizados pela Radio France International, o Instituto do México em Paris, a Maison de l'Amerique Latine, a União Latina e o Instituto Cervantes de Paris, os Prêmios Internacionais Juan Rulfo são dotados, respectivamente, de 9.000 euros ou 10.700 dólares (romance), 5.000 euros ou 5.950 dólares (conto) e 2.000 euros ou 2.380 dólares (foto).

O Prêmio Internacional Juan Rulfo foi criado em 1983 e passou por uma série de turbulências na edição de 2004, quando o governo mexicano contemplou a possibilidade de retirar seu apoio.

Consultado a respeito, Ramón Chao, membro fundador do comitê organizador e jurado, disse que o Juan Rulfo continuará apesar de tudo, embora "vá sofrer mudanças mínimas na formação do júri e nada mais, exceto que tenhamos novas propostas", em particular da Fundação Juan Rulfo, "à qual pedimos muitas vezes que se unisse a nós".

Chao explicou que "houve problemas com as autoridades mexicanas, em particular com as (das relações Exteriores) porque quiseram intervir na nomeação dos jurados", integrado por personalidades independentes do mundo literário. Nos mais de 20 anos de existência do prêmio "nunca se admitiu intervenção de nenhum governo", destacou.

Mas, acrescentou Chao, "não há risco de que o prêmio desapareça".

"Em caso de abandono do México, possibilidade na qual não acredito, há outras instâncias dispostas a se incorporar, mas para nós é preferível que eles continuem, tanto pela necessidade de diversificar o número de co-organizadores, quanto por ser o México a pátria de Juan Rulfo", reforçou.

Autor de "Pedro Páramo" e "O Planalto em Chamas", Juan Rulfo (Jalisco, 1917-Cidade do México, 1986) é considerado o escritor mexicano mais reconhecido em seu país e no exterior.

Entre seus admiradores estão outros escritores de renome como Carlos Fuentes, Jorge Luis Borges, Gabriel García Márquez, Günter Grass, Susan Sontag, Elias Canetti, Enrique Vila-Matas e vários outros.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre Juan Rulfo
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página