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29/12/2005 - 22h00

"Brokeback Mountain" é sucesso nos EUA

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ROCÍO AYUSO
da Efe, em Los Angeles

A estréia de "O Segredo de Brokeback Mountain" parecia que provocaria escândalo nos Estados Unidos, mas a história de amor entre dois cowboys se transformou no fenômeno nas bilheterias, além de ser o filme mais premiado da temporada.

Do diretor taiwanês Ang Lee, a produção baseada em um breve relato de Annie Proulx apresenta uma visão diferente do gênero mais clássico de Hollywood, o dos filmes de velho-oeste.

Em contraste com a imagem rude e machista dos "westerns", "O Segredo de Brokeback Mountain" narra o amor proibido entre dois cowboys, uma história já batizada como o "E o vento levou" homossexual.

Os temores de que a temática do filme afastaria o público desapareceram e, em vez da polêmica, a Focus Features, responsável pela produção, obteve grande sucesso.

"O Segredo de Brokeback Mountain" foi nesta semana o filme de maior receita por sala de exibição, com uma arrecadação média de US$ 13.599.

O número supera até os de "King Kong" e "As Crônicas de Nárnia". Embora as duas superproduções superem "O Segredo de Brokeback Mountain" no que se refere à arrecadação total, a média por sala dos dois filmes é muito inferior, com apenas US$ 9.305 no caso do primeiro e US$ 8.225 no do segundo.

Além da excelente arrecadação, "O Segredo de Brokeback Mountain" tem a seu favor a crítica e a liderança na hora dos prêmios. Até agora, o filme protagonizado por Heath Ledger e Jake Gyllenhaal é um dos grandes destaques da temporada.

O filme recebeu sete indicações ao Globo de Ouro, considerado ante-sala do Oscar, e já foi premiado por organizações como a Associação de Críticos de Los Angeles e o Instituto Americano do Cinema.

"O filme está se transformando na produção que deve ser vista", resumiu Jerry Pokorski, vice-presidente da rede de cinemas Pacific e ArcLight.

Lentamente, mas de forma segura, "O Segredo de Brokeback Mountain" estende agora seu domínio para fora dos grandes núcleos urbanos como Los Angeles e Nova York, em busca do mercado mais arriscado do interior dos Estados Unidos.

Até no conhecido "cinturão religioso do país", a curiosidade está enchendo as salas, e o público não tem dado atenção a comentários como os de Ted Baehr, da Comissão Cristã de Cinema e Televisão, que classificou o filme como uma "aberração" e uma "tediosa propaganda neomarxista homossexual".

Embora a aposta de "O Segredo de Brokeback Mountain" seja a mais arriscada devido ao seu conteúdo homossexual, o sucesso da produção nas bilheterias não é um fenômeno isolado. Em um ano em que os grandes lançamentos de Hollywood não tiveram os resultados esperados, pequenas produções independentes fizeram sucesso.

É o caso de "O Jardineiro Fiel", de Fernando Meirelles, "Crash" (Paul Haggis), "Marcas da Violência" (David Cronenberg), "Orgulho e Preconceito" (Joe Wright) e, especialmente, do documentário "A Marcha do Imperador" (Luc Jacquet).

Nenhum deles foi manchete em suas semanas de estréia, mas tiveram uma estratégia calculada, que aumentou pouco a pouco sua presença nas salas à medida que crescia o interesse e as boas críticas, dando longevidade a esses filmes tanto nos EUA quanto no mercado internacional.

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