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30/12/2005 - 13h26

Cenário da SPFW discute "efêmero" da moda

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ALCINO LEITE NETO
Editor de Moda da Folha de S.Paulo

Três mil caixas de papelão serão utilizadas para montar o cenário principal da São Paulo Fashion Week (SPFW), que acontece de 18 a 23 de janeiro, no Pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera. A instalação, criada pela cenógrafa e diretora de cinema Daniela Thomas e o arquiteto Felipe Tassara, terá aproximadamente 1 km e paredes de até 7 m de altura.

Um túnel de 3 m conduzirá os convidados para a área principal do evento. "É uma grande escultura de papelão, ao mesmo tempo sólida e leve, que conversa simultaneamente com o aspecto efêmero e o imponente da moda", diz Daniela.

Nas paredes de papelão serão impressas palavras com o prefixo "trans", em consonância com o novo mote da SPFW, que é a idéia de transformação. "Nossa idéia é mostrar que vivemos agora um período de transição e de mudança", afirma Paulo Borges, o todo-poderoso diretor da SPFW.

A São Paulo Fashion Week, que custa cerca de R$ 6 milhões por temporada, completou dez anos em 2005. Neste período foi um dos mais importantes instrumentos no processo de amadurecimento da moda brasileira. Para o ano que vem, quando entra na segunda década de existência, prepara um ambicioso pacote de novidades e estratégias.

As principais iniciativas estarão voltadas para consolidar a imagem da moda brasileira no exterior e estabelecer relações mais firmes entre os estilistas e o mercado interno. "Nosso objetivo é inaugurar um novo ciclo que será focado na consolidação do design brasileiro no mercado global. Por outro lado, queremos incentivar o planejamento comercial das coleções. Tanto os estilistas quanto o mercado já não precisam manter certos hábitos que estavam ligados à velha cultura da inflação no Brasil", diz Borges.

Em abril do ano que vem será inaugurado o primeiro SPFW Preview, evento inteiramente dirigido ao mercado de moda. Durante uma semana, compradores brasileiros conhecerão as coleções dos estilistas antes que elas sejam mostradas nas passarelas. Com isso, as vendas poderão ser antecipadas, e os estilistas terão um prazo suficiente para produzir as peças. O projeto prevê a vinda de 500 compradores de todo o país para São Paulo. A SPFW Preview será realizada sempre em abril e novembro.

Ainda no campo comercial, a SPFW vai criar, durante os desfiles de janeiro próximo, a Design-House, um showroom coletivo que funcionará num grande hotel em São Paulo como um espaço de negócios para cerca de 50 estilistas --tanto da São Paulo Fashion Week, quanto do Amni Hot Spot, evento que reúne jovens designers.

A partir de julho de 2006, com a temporada primavera/verão, os temas da Fashion Week serão países ou regiões do mundo que podem ser férteis para o comércio da moda brasileira, como a África (tema de 2006), a Rússia (2007) e o Japão (2008). A estratégia incluirá a vinda organizada de personalidades e empresários de moda desses locais para São Paulo.

A SPFW também organiza com a editora Cosacnaify uma coleção de livros sobre moda. Serão publicados no ano que vem uma obra de história e um dicionário de moda, bem como uma biografia do costureiro Denner. Além disso, serão lançados um álbum comemorativo dos dez anos da Fashion Week e um calendário com o perfil das principais modelos brasileiras. "Vamos procurar compensar este vácuo que existe hoje entre o mercado editorial e a moda no Brasil, que está se profissionalizando e se internacionalizando cada vez mais", afirma Augusto Massi, editor da Cosacnaify.

A coleção de livros não é o único projeto editorial da SPFW, que planeja criar uma revista mensal, focada em tendências e comportamento, e ampliar a circulação do jornal que é publicado habitualmente a cada seis meses, na época dos desfiles. Ele passará a ser trimestral e será distribuído em 600 lojas no país.

O novo site da Fashion Week, hospedado no UOL, pretende abandonar o viés institucional e tornar-se uma revista eletrônica de informações sobre moda, com atualização constante. O evento também está organizando, com companhias telefônicas e de tecnologia digital, um sistema de broadcasting, com vistas a ampliar a circulação das notícias durante os desfiles e a interatividade com o público.

Além do Pavilhão da Bienal, os desfiles da temporada outono/inverno, em janeiro, serão realizados no MAM (Museu de Arte Moderna), no Ibirapuera. A SPFW apresentará no total 47 desfiles de 44 marcas ou estilistas. Quatro grifes foram incorporadas ao evento: Maria Bonita, Karlla Girotto, Patricia Viera e Zigfreda. Três estilistas deixarão de desfilar neste ano, alegando problemas de reestruturação: Renato Loureiro, Eduardo Suppes e Mareu Nietschke.

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