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02/01/2006 - 09h31

Radamés ganha concerto e filme no ano do centenário

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IRINEU FRANCO PERPÉTUO
Colaboração para a Folha de S.Paulo

2006 é rico em efemérides musicais. Além do centenário de nascimento do compositor russo Dmitri Chostakovitch, há os 150 anos de morte do alemão Robert Schumann e o 250º aniversário de Wolfgang Amadeus Mozart.

Mozart nasceu em 1756, no dia 27 de janeiro, mesma data em que, 150 anos mais tarde, viria ao mundo um dos principais nomes da música no Brasil: o gaúcho Radamés Gnattali (1906-1988), cujo centenário de nascimento será lembrado com concertos em São Paulo, Manaus e Rio de Janeiro.

No próximo dia 15, no Sesc Belenzinho, a pianista Rosária Gatti faz um recital compartilhado com sua colega russa Olga Kopylova, que toca piano na Osesp. Enquanto Gatti executa peças de Radamés, Kopylova interpreta criações de Chostakovitch, celebrando os dois centenários em um só dia.

Uma semana depois (dia 22), em Manaus, a Amazonas Filarmônica, sob a batuta de Marcelo de Jesus, recebe o violonista Fabio Zanon, que sola no "Concerto nº 1" do compositor gaúcho.

Depois da apresentação no teatro Amazonas, Zanon pretende interpretar mais obras de Gnattali ao longo do ano: dia 24 de março, na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano, em São Paulo, e dia 7 de maio, no Centro Cultural Banco do Brasil.

"Tecnicamente falando, o Radamés é um compositor neoclássico", avalia. "Todas as obras dele são escritas de uma maneira bastante convencional. Acho que o maior mérito dele é ser um criador eqüidistante entre o nacionalismo da música de concerto e a evolução técnica da música popular que era tocada no rádio."

"Pouca gente se dá conta de que Radamés é responsável pela criação de todo um conceito sinfonizado de arranjo na música popular brasileira", diz Zanon. "Até mesmo a emblemática introdução de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, era composição do Radamés, não do Ary."

Nascido em Porto Alegre, Gnattali começou a estudar piano aos seis anos. A parte mais expressiva de sua carreira de pianista, compositor e arranjador desenvolveu-se no Rio de Janeiro, para onde ele se mudou definitivamente em 1931. Nada mais natural, assim, que ocorram no Rio as homenagens mais significativas ao compositor. Diretor da sala Baden Powell, o compositor Tim Rescala programou para este mês uma semana de apresentações comemorativas do centenário de Gnattali.

Além disso, ao longo do ano, sempre que possível, todas as atrações musicais que tocarem na sala vão incluir obras do autor em seus programas.

"Radamés era um músico completo, que transitava com enorme desenvoltura entre o popular e o erudito", conta Rescala. "Convivi com ele quando fazíamos arranjo para a TV Globo e fiquei impressionado com a facilidade do Radamés para fazer arranjos", diz. Gnatalli trabalhou na trilha sonora de novelas, como "Roque Santeiro" (1986), e filmes, caso de "Bonitinha, mas Ordinária" (1980) e "Eles Não Usam Black-Tie" (1981).

As comemorações no Rio de Janeiro começam no dia 26, quando a pianista Fernanda Chaves Canaud, tocando com convidados como Noel Devos (fagote) e Harold Emert (oboé), lança um CD em homenagem ao compositor gaúcho.
No dia seguinte, o violonista Paulo Porto Alegre é o destaque de uma apresentação que traz várias peças "eruditas" de Gnattali, incluindo uma versão com acompanhamento de piano do concerto que o compositor escreveu para gaita de boca e orquestra.

A apresentação do dia 28 privilegia a música de câmera, ficando para a data seguinte uma das peças mais conhecidas de Radamés: a suíte "Retratos", que ele dedicou a Jacob do Bandolim.

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