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08/01/2006 - 09h26

Big Droga

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LAURA MATTOS
da Folha de S.Paulo

U-hu, u-hu, u-hu, u-hu, u-hu! Prepare-se. A partir desta terça e pelos próximos dois meses e meio, você dificilmente vai escapar do "Big Brother Brasil". Os novos participantes dirão pouco além do gritinho irritante, mas o suficiente para cativar mais de 60% dos telespectadores --o ibope médio das versões anteriores.

Há os que assistirão, u-hu, empolgados e assumidos. E aqueles que darão umas espiadas discretas, com cara de poucos amigos. Mas até quem tem plena consciência de quão vazia é a falsa realidade do "BBB" passará a conhecer os participantes, ter seu preferido e, se baixar a guarda, pode se pegar votando no paredão.

O estilista recifense Mario Castro, 40, é um desses. "Sei que eles dizem pouca coisa que presta, que o programa tem muito pouco a acrescentar e é descartável, mas assisto porque é divertido", diz.

Ele vê todo dia, chega a reprogramar atividades profissionais para não perder os episódios. Mas não é viciado a ponto de comprar o "pay-per-view" na TV paga, com 24 horas de BBB.

E por falar em vício, o coordenador do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes, da Universidade Federal de SP, o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, faz um paralelo entre o "reality show" e as drogas. "As pessoas têm plena consciência do lixo que estão vendo, do tempo que estão perdendo, e não conseguem largar aquilo. É como as drogas. Sabem que faz mal, que nem sentem mais prazer, mas não abandonam o vício", compara.

Para o novelista Lauro César Muniz, o segredo da atração é o ritmo folhetinesco fortemente assumido pelas edições brasileiras do "Big Brother". "Os participantes viram personagens, são criados objetivos para eles, há o conflito, tudo típico da ação dramática. Mas obviamente não é um produto com a qualidade que uma novela pode ter. As falas são bobas, do dia-a-dia, não há o trabalho da criação de um autor."

Muniz acredita que o fenômeno, apesar dessa sobrevida, será passageiro. Para a cúpula da Globo, 2007 poderá ser o último ano, mas tudo depende de quanto sucesso esta sexta edição terá.

O Brasil está entre os recordistas da sobrevivência do formato, criado em 1999 pela produtora holandesa Endemol. Na lista dos 33 países que já exibiram o "BB", apenas a Espanha supera o número de edições brasileiras, com sete programas. Empatamos com Alemanha, EUA e Inglaterra e superamos Itália, Holanda, Austrália, com cinco, e todos os outros, com quatro ou menos.

Desta vez, o "BBB" será transmitido pela Globo Internacional na Europa, com os episódios diários e mais uma montagem exclusiva de 60 minutos por semana.

No comando do programa desde a sua estréia, em 2002, o diretor J. B. de Oliveira, o Boninho não vai mexer no time que está ganhando. Em vez de perder força, o "BBB" ganhou audiência e repercussão ao longo dos anos.

Em 2005, conseguiu escalar um professor universitário gay, Jean Wyllys, que se transformou em herói e levou o prêmio de R$ 1 milhão. Ele bradou contra a homofobia, citou filósofos, recitou poesias, e com isso, avalia a Globo nos bastidores, o "BBB" perdeu em parte o ar de programa trash, ganhou certa cara de "conteúdo".

Na nova edição, o papel "filosófico" poderá ficar com a psicóloga paraense Thais Cavaleiro, 27.

Filha de médico e economista, passou recentemente em concorrido concurso de especialização em São Paulo. Também é candidato ao núcleo "profundidade" o professor de matemática paulista Rafael Valente, 26, que, além de gritar u-hu, poderá encher nossos ouvidos com cálculos sobre as probabilidades de ir para o paredão, ganhar uma prova, ser o anjo e vencer o programa.

A personagem gostosona será representada pela gaúcha Juliana Canabarro, 23, que já foi coelhinha da revista "Playboy".

Suas curvas estarão ainda mais à mostra, já que agora o banheiro foi colocado fora da casa, no meio do jardim. E ela vai usar um microbiquíni numa piscina redonda, construída na reforma da mansão, que ganha também mais um quarto e uma suíte de luxo para o líder, com hidromassagem.

Outros dois concorrentes, como anteriormente, serão definidos em sorteio realizado na estréia e entram na casa na quinta-feira.

De resto, é mais do mesmo. Regras iguais, o quadro "Big Boss" e, claro, Pedro Bial, o chacrinha-entrevistador-de-presidente. U-hu!

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