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16/05/2009 - 08h40

Sucesso de "Divã" indica que este ano será das comédias

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AUDREY FURLANETO
da Folha de S.Paulo

Marcelo Santos Coelho, 28, está diariamente na porta de uma das salas de cinema do shopping Frei Caneca, em SP. O porteiro, aquele que recebe os ingressos na entrada, faz o tipo curioso. Em sessão em que a sala não está lotada, espia a tela. Caso se interesse, senta numa das poltronas para ver o filme.

Ele explica as exibições de comédia lotadas com a frase que remete à própria experiência: "Brasileiro é gente que gosta mesmo de dar risada". Coelho viu só uma vez "X-Men Origens: Wolverine", mas buscou poltrona livre quatro vezes para ver "Divã". "É o filme que atrai mais gente, junto do do Wolverine. Mas o da Lilia Cabral enche mais. É bom mesmo", diz, emendando um cutucão no segurança da sala, que espia a conversa com a reportagem: "Esse filme é bom, cara. Vai ver. E vai hoje [quinta], que sexta e sábado vai ficar lotado".

Divulgação
Com Cauã Reymond e Lilia Cabral, "Divã" já teve 1,128 milhão de espectadores
Com Cauã Reymond e Lilia Cabral, "Divã" já teve 1,128 milhão de espectadores

Se reproduzir o feito das últimas semanas, pode ser que "Divã", de fato, não deixe poltronas livres: o filme, que completa um mês em cartaz amanhã, já teve 1,128 milhão de espectadores, segundo a GloboFilmes.

No Dia das Mães, feriado fraco para o cinema, a comédia foi a que menos perdeu público. Isso porque "é um filme quente", na avaliação de seu diretor, José Alvarenga Jr., ou ainda, na opinião de Paulo Sérgio Almeida, diretor da Filme B, empresa que monitora o mercado cinematográfico, também por ter surgido na "boa onda" de "Se Eu Fosse Você 2" --a comédia de Daniel Filho já passou de 6 milhões de espectadores e ocupou a vaga de filme nacional mais visto nos cinemas desde 1995. A opinião dos dois converge no resultado: 2009 é o ano das comédias brasileiras.

"Nova retomada"

"O que há é, de certa forma, uma outra retomada [termo que se refere ao reaquecimento da produção nacional, nos anos 90]. Diretores e produtores estão voltando a esse gênero, a comédia de costumes, que tem uma tradição de sucesso no Brasil", avalia Almeida.

Para o diretor de "Divã", "a comédia é o clássico do cinema", que, em seu filme, surge sob forma "dramática", distante da estrutura tradicional de "Se Eu Fosse Você 2". Previsto para agosto, o próximo longa de Alvarenga será uma comédia "amalucada" --"Os Normais 2", sequência do filme visto por 3 milhões de pessoas em 2003.

"Comédia atrai popularidade. O cinema brasileiro ficou com medo de ser popular. Os filmes eram mais intelectuais", diz Alvarenga. Sem medo, em "Divã", ele vai desde o que chama de "humor escrachado até o que transgride". Traduzindo: há a peruca do padre que teima em cair quando os noivos ouvem a bênção e também o momento em que Mercedes [Lilia Cabral] fuma maconha pela primeira vez com o namorado.

O pacote é atraente, avalia o diretor do Filme B, porque raro no mercado. "Num momento de crise, em que está todo mundo tenso, queremos rir", diz Almeida. "O Brasil vive um dos melhores momentos de público, com crescimento de exibidores, que vai de 50% a 70% neste ano; 2009 é para passar de 100 milhões de espectadores e, só de cinema nacional, ultrapassar 15 milhões. A comédia responderá por 80% desse público, no mínimo", prevê.

Editoria de Arte/Folha
 

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