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24/01/2006
-
11h13
ALCINO LEITE NETO
Editor de Moda da Folha
VIVIAN WHITEMAN
da Folha de S.Paulo
Escuridão. Trovoadas. E de repente uma chuva fina, gelada e contínua começou a cair sobre a passarela onde os modelos desfilavam a coleção de Marcelo Sommer. Os modelos atravessavam o palco lentamente e iam se esconder no fundo da cena, quase no escuro, como espectros. A melancolia tomou conta da sala lotadíssima do último desfile da 20ª São Paulo Fashion Week. No final, aplausos fortes, muita gente ovacionando de pé.
O desfile de Sommer ocorreu num clima tenso, devido aos conflitos velados do estilista com o grupo AMC Têxtil, para o qual vendeu a sua marca, em 2004. Assumiu então como diretor de criação, mas estaria sendo afastado das decisões sobre a produção das coleções. A empresa também teria optado por não produzir as peças de Sommer --que fez alusão à crise no desfile.
Vários estilistas compareceram à apresentação, entre eles Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto, Reinaldo Lourenço e Jum Nakao, em solidariedade a Sommer. Os embates com o grupo AMC, contudo, foram amenizados pelo diretor-presidente do grupo, Alexandre Menegotti. "A coleção é linda e vamos lançá-la comercialmente", disse à Folha.
Sommer mostrou uma coleção inteiramente em cinza --exceto pelos tons fúnebres em roxo e um terno de veludo em vinho. Vários símbolos de morte pontuaram as peças, como as coroas de flores secas penduradas nas roupas e os broches que imitavam fotos de lápides de cemitério, uma delas com a imagem do estilista. A coleção é uma das melhores já apresentadas por Sommer.
O desfile deu um encerramento triste à SPFW, que costuma acabar em ritmo de festa. Os desfiles anteriores do dia, porém, foram marcados pelo otimismo.
A carioca Isabela Capeto apresentou um impecável trabalho de cores e estampas em sua coleção, inspirada no Peru. Soube evitar os clichês étnicos e apresentou uma releitura contemporânea e alegre dos elementos que serviram de base criativa.
Na seqüência, as meninas de Gisele Nasser reescreveram a história de Chapeuzinho Vermelho, numa apresentação que transitou entre o fetiche e as referências infantis. As heroínas românticas de Gisele estão mudadas, desfilam com saltos altíssimos, mas mantêm uma atitude delicada e feminina. Predominam os comprimentos mais curtos e os tecidos vão do laise de algodão aos bons patchworks de veludo.
A Zigfreda construiu a mulher mais elegante do último dia da SPFW, em seu desfile de estréia no evento, com looks muito inspirados no início dos anos 60, como nos trench-coats, jaquetinhas e vestidos com cintura marcada.
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Editor de Moda da Folha
VIVIAN WHITEMAN
da Folha de S.Paulo
Escuridão. Trovoadas. E de repente uma chuva fina, gelada e contínua começou a cair sobre a passarela onde os modelos desfilavam a coleção de Marcelo Sommer. Os modelos atravessavam o palco lentamente e iam se esconder no fundo da cena, quase no escuro, como espectros. A melancolia tomou conta da sala lotadíssima do último desfile da 20ª São Paulo Fashion Week. No final, aplausos fortes, muita gente ovacionando de pé.
O desfile de Sommer ocorreu num clima tenso, devido aos conflitos velados do estilista com o grupo AMC Têxtil, para o qual vendeu a sua marca, em 2004. Assumiu então como diretor de criação, mas estaria sendo afastado das decisões sobre a produção das coleções. A empresa também teria optado por não produzir as peças de Sommer --que fez alusão à crise no desfile.
Vários estilistas compareceram à apresentação, entre eles Alexandre Herchcovitch, Isabela Capeto, Reinaldo Lourenço e Jum Nakao, em solidariedade a Sommer. Os embates com o grupo AMC, contudo, foram amenizados pelo diretor-presidente do grupo, Alexandre Menegotti. "A coleção é linda e vamos lançá-la comercialmente", disse à Folha.
Sommer mostrou uma coleção inteiramente em cinza --exceto pelos tons fúnebres em roxo e um terno de veludo em vinho. Vários símbolos de morte pontuaram as peças, como as coroas de flores secas penduradas nas roupas e os broches que imitavam fotos de lápides de cemitério, uma delas com a imagem do estilista. A coleção é uma das melhores já apresentadas por Sommer.
O desfile deu um encerramento triste à SPFW, que costuma acabar em ritmo de festa. Os desfiles anteriores do dia, porém, foram marcados pelo otimismo.
A carioca Isabela Capeto apresentou um impecável trabalho de cores e estampas em sua coleção, inspirada no Peru. Soube evitar os clichês étnicos e apresentou uma releitura contemporânea e alegre dos elementos que serviram de base criativa.
Na seqüência, as meninas de Gisele Nasser reescreveram a história de Chapeuzinho Vermelho, numa apresentação que transitou entre o fetiche e as referências infantis. As heroínas românticas de Gisele estão mudadas, desfilam com saltos altíssimos, mas mantêm uma atitude delicada e feminina. Predominam os comprimentos mais curtos e os tecidos vão do laise de algodão aos bons patchworks de veludo.
A Zigfreda construiu a mulher mais elegante do último dia da SPFW, em seu desfile de estréia no evento, com looks muito inspirados no início dos anos 60, como nos trench-coats, jaquetinhas e vestidos com cintura marcada.
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