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26/01/2006 - 20h48

Crítica: "Avassaladoras" é cópia tosca de seriado

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KARINA KLINGER
da Folha Online

O seriado "Avassaladoras", que estreou ontem na Fox, mas que será exibido amanhã na Record, está longe de "Sex and The City", sucesso da TV americana, que, aparentemente, inspirou a versão nacional.

Com diálogos pobres e cenário que deixa a desejar, o seriado traz uma visão machista de que as mulheres de 30 só pensam em uma única coisa: paquerar e encontrar um bom casamento.

No primeiro episódio, as três amigas --Laura, Betty e Teresa-- mais parecem Barbies modernosas, que se vestem bem, são bonitas, têm ótimos empregos, mas quase nada na cabeça.

Sem falar nos cansativos clichês: a executiva bem-sucedida que descobre que precisa encontrar um marido e ter filhos; a recém-separada que ameaça resistir ao próximo romance, mas sucumbe à primeira cantada do vizinho bonitão; a solteira que quase cai no conto do homem casado; o heterossexual que sai do armário.

Se o filme "Avassaladoras", de Mara Mourão, não passou de mais uma comédia água com açúcar, o seriado parece seguir o mesmo caminho.

Em "Sex and The City", a personagem da atriz Sarah Jessica Parker, a jornalista Carrie Bradshaw, fazia reflexões mais próximas da realidade de uma mulher balzaquiana. "Em Avassaladoras", as "trintonas" ainda estão na adolescência. Laura, a protagonista, vive de briguinha com o colega de trabalho, o redator Caíque (Márcio Garcia), como se ainda estivesse na pré-escola. Enquanto isso, Betty (Débora Lamm), uma mulher que já foi casada, demora uma eternidade para descobrir que o vizinho é um "galinha".

Já a performance da atriz Vanessa Lóes, a protagonista da história, é tão sem sal como a sua personagem na tenebrosa novela "Metamorphoses" --um deslize da Record em parceria com a produtora Casa Blanca, que foi ao ar em 2004. Não é possível saber quando Laura está estressada ou fazendo o estilo mulher "avassaladora".

Parte dos textos que eram para ser piada resultaram em silêncio. O que foi aquela fala de Silvia (Gisele Itié)? A DJ identificou o novo "affair" de Laura como sendo casado, porque ele abaixou a tábua da privada no banheiro. E será que a intenção eram novas gargalhadas na hora em que Caíque afirma não se relacionar com mulheres de 30, porque elas são complicadas demais?

E Danilo, personagem de Eduardo Galvão, que resolve sair do armário e assumir que é homossexual. Quem já não ouviu um caso parecido? Se a performance de Galvão fosse mais convincente ou animada, a história poderia ser mais interessante. O fato é que o ator não convenceu. Optou por um homossexual mais recatado e fez do personagem uma caricatura sem sal.

No final do primeiro episódio, a sensação que fica é de arrumar um programa melhor para o dia seguinte. Pouco criativos, os roteiristas não surpreendem em nenhum momento. Por abusar dos clichês, é possível adivinhar a cena seguinte sem problemas. A idéia é que outros temas mais polêmicos, pouco conhecidos e extraordinários apareçam no decorrer dos episódios. Caso contrário: o nome da atração deverá ser trocado por "Assustadoras" ou "Enganadoras".

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