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02/02/2006 - 18h23

Confira a íntegra do bate-papo com Sérgio Rizzo

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da Folha Online

Confira abaixo a íntegra do bate-papo com o jornalista Sérgio Rizzo, colunista do Guia da Folha, sobre o Oscar 2006. O texto abaixo reproduz a forma como os participantes digitaram.

Bem-vindo ao Bate-papo com Convidados do UOL. Converse agora com o crítico de cinema do Guia da Folha Sérgio Rizzo sobre os indicados ao Oscar 2006. Para enviar sua pergunta, selecione o nome do convidado no menu de participantes. É o primeiro da lista.

(05:08:13) Jonas fala para Sérgio Rizzo: Sérgio, como se explica o filme de Ang Lee - tão polêmico - receber tantas indicações. Você, como jornalista, já deve ter visto o filme. O que achou. Vale tanto mesmo?

(05:19:08) Sérgio Rizzo: Olá, pessoal. Peço desculpas pelo atraso. Problemas de conexão. Vamos lá.

(05:19:34) Sérgio Rizzo: Jonas, pessoalmente gostei do filme. Você precisa sempre fazer ponderações quando filmes assim, em temporada de Oscar, ganham tamanha repercussão. Claro que ela é desproporcional; ninguém reinventou a roda. O detalhe é que o filme só é polêmico para pessoas preconceituosas; não há nada de extraordinário nele, já que homens apaixonados não constituem algo extraordinário.

(05:19:40) Revoltado!!! fala para Sérgio Rizzo: Boa tarde, Rizzo! Como vc está? Quais foram as surpresas, tanto negaticas como positivas, nas indicações ao Oscar?

(05:22:24) Sérgio Rizzo: Revoltado, este foi um ano sem grandes surpresas. Já no final de dezembro a imprensa americana especulava sobre essas indicações. Neste ano, a safra me parece acima da média, com quatro filmes adultos de primeira linha e uma superprodução empenhada em discutir tema político atual (Munique) na principal categoria. Match Point (Ponto Final é um título bobo) e A Lula e a Baleia talvez merecessem mais, mas a concorrência era pesada.

(05:22:43) Érika fala para Sérgio Rizzo: Rizzo, queria saber sua opinião sobre Munich, por favor...

(05:24:52) Sérgio Rizzo: Escrevi sobre Munique para o Guia da Folha de semana passada. Você encontra esse texto na Folha Online. Em resumo, é um exercício de ação e suspense que simplifica as coordenadas políticas do conflito entre árabes e judeus, e do terrorismo na sociedade contemporânea. Para muita gente, é insatisfatório como leitura política, mas não vejo por que esperar outra coisa de Spielberg.

(05:24:52) João fala para Sérgio Rizzo: O que vc achou do Dois Filhos De Francisci não ser indicado

(05:25:38) Sérgio Rizzo: Érika, faltou seu nome na resposta sobre Munique, acima.

(05:25:40) Layo fala para Sérgio Rizzo: Olá, Sérgio. Na sua opinião, quais são os melhores filmes do Oscar?

(05:27:00) Sérgio Rizzo: João, a categoria de filme em língua não-inglesa é sempre uma caixa preta. Ainda assim, não se considerava que Dois Filhos tivesse muitas chances perto da concorrência. Não me parece que devamos encarar isso como surpresa ou como "derrota". Oscar não é Copa do Mundo.

(05:27:06) soufilhodochico fala para Sérgio Rizzo: Vc poderia comentar sobre a polemica escolha dos filmes que foram indicados ao oscar de melhor filme estrangeiro. qual foi o criterio?

(05:29:00) Sérgio Rizzo: Layo, gosto muito de Brokeback Mountain, Boa Noite e Boa Sorte, Capote, A Lula e a Baleia, e Match Point. Um pouco menos de Crash. Um pouco menos ainda de Munique. Mas, como disse acima, é uma boa safra. Já houve ano em que os cinco indicados a melhor filme eram de doer. Estamos muito longe disso desta vez, embora também não seja o paraíso.

(05:29:06) Cinecrazy fala para Sérgio Rizzo: Você não acha que todas as indicações de Brokeback Moutnain não são uma tentativa da Academia de não se mostrar preconceituosa quanto ao tema homossexualismo ?

(05:30:40) Sérgio Rizzo: Soufilhodochico, qual é a polêmica? Não tenho notícia dela. Os cinco candidatos a filme em língua não-inglesa são escolhidos por uma comissão de membros da Academia a partir das cerca de 60 indicações de países convidados. Para opiniar sobre o assunto com alguma responsabilidade, seria preciso ter visto os tais 60 filmes.

(05:30:46) João fala para Sérgio Rizzo: Quem vai ser o melhor ator de 2006?

(05:33:23) Sérgio Rizzo: Cinecrazy, a Academia não é homegênea, não pensa o tempo todo da mesma forma, porque é integrada pelos mais variados profissionais (incluindo alguns brasileiros, como Walter Salles e Fernando Meirelles) de diferentes gerações e interesses. A indicação de Brokeback significa apenas, matematicamente, que gente o bastante votou nele para que estivesse entre os cinco indicados. Se ganhar, é porque a maioria simples terá decidido isso. Lembre-se de que boa parte da comunidade cinematográfica é gay ou simpatizante.

(05:35:35) Sérgio Rizzo: João, o prêmio de melhor ator deve ser de Philip Seymour Hoffman, sujeito talentoso que encarnou de forma antológica o escritor Truman Capote, incorporando trejeitos, tom de voz etc. Azar de Joaquin Phoenix, que em outra circunstância talvez fosse o vencedor, e de Heath Ledger, muito bem em Brokeback.

(05:35:49) Josa pergunta para Sérgio Rizzo: Vc vê as indicações confirmando um carárter mais político da Academia ?

(05:37:58) Sérgio Rizzo: Josa, as indicações sugerem que boa parte dos "acadêmicos" tem preocupações políticas ou então quer demonstrar que tem (não é a mesma coisa). Este foi também um ano em que os filmes adultos, mais "sérios", se concentraram em temas sociais e políticos. Se estamos diante de uma tendência ou de algo esporádico, saberemos apenas daqui a dois ou três anos.

(05:38:04) wadson(am) fala para Sérgio Rizzo: afinal o que falta para o cinema brasileiro agradar ao americano e ganhar um oscar?

(05:41:00) Sérgio Rizzo: Wadson(am), as coisas não se apresentam dessa maneira. Não foi o "cinema brasileiro" que concorreu a uma vaga, foi apenas um filme brasileiro. Neste ano, com o perfil que você conhece, o de Dois Filhos. Dois ou três anos atrás, com o perfil de Cidade de Deus, e também não rolou (só no ano seguinte, com o lançamento americano, é que ele obteve quatro indicações). O ano em que o Oscar esteve mais perto foi sem dúvida o de Central do Brasil, mas aí havia A Vida é Bela no meio do caminho.

(05:41:42) Felipe fala para Sérgio Rizzo: O que falta ao cinema brasileiro para marcar uma presença mais firme na premiação : qualidades técnicas , lobby , roteiro ... ???

(05:43:42) Sérgio Rizzo: Felipe, em primeiro lugar não vejo por que o cinema brasileiro precise marcar "presença mais firme" na premiação. Essa festa é do cinema industrial americano; sempre faremos o papel de bobo. Como disso em alguma das respostas acima, é preciso que haja uma conjunção de fatores. Quase deu certo com Central do Brasil.

(05:43:54) Zeca fala para Sérgio Rizzo: O que faltou para 2 Filhos de Francisco ser indicado?

(05:47:29) Sérgio Rizzo: Zeca, não sei dizer simplesmente porque não vi os outros 50 e tantos filmes indicados por seus países. Como posso comparar Dois Filhos a eles todos? Qualquer um que diga qualquer coisa estará chutando. Vi, por exemplo, Paradise Now, que foi indicado, e que é, sob todos os aspectos, trabalho muito mais maduro e significativo do que Dois Filhos. De qualquer maneira, lobby ajuda, e o de Dois Filhos talvez não tenha sido tão forte quanto o de outros candidatos (como os representantes da França e da Itália, que também foram indicados).

(05:47:35) Yardena fala para Sérgio Rizzo: E melhor atriz, quem leva? Dá pra adivinhar pelo resultado do Globo de Ouro?

(05:49:54) Sérgio Rizzo: Yardena, há algumas semanas o páreo me parecia equilibrado entre Reese Whiterspoon e Felicity Huffman. Neste momento, a balança parece pender para o lado de Reese, mais ou menos como pendeu para Gwyneth Paltrow, anos atrás (e contra Fernanda Montenegro, lembra-se?), por Shakespeare Apaixonado. Atriz jovem se tornando estrela, em papel cativante etc.

(05:50:00) Mullets fala para Sérgio Rizzo: Li uma crítica sobre o filme Memórias de uma Gueixa, na revista Veja, e ela diz que o filme é extremamente enfadonho. É isso mesmo ?

(05:51:13) Sérgio Rizzo: Mullets, não gostei de Memórias de uma Gueixa. Tem uma série de problemas que "esfriam" a história, na origem (um romance, de Arthur Golden) muito boa.

(05:51:39) Renato fala para Sérgio Rizzo: Olá Sérgio... Vc não achou estranha a indicação do Jake Gyllenhaal como ator coadjuvante por O Segredo de Brokeback Mountain "O Segredo de Brokeback Mountain" meio estranho? Ele é prtagosnista do filme, junto com o Heath Ledger, não deveria ter sio indicado na categoria de "Melhor Ator" junto com o Heath Ledger? Pra mim parece que fizeram isso pra poderem dar o prêmio para os dois... Não acha?

(05:52:41) Sérgio Rizzo: Renato, você matou a charada. Lembra-se de Pulp Fiction? John Travolta para melhor ator e Samuel L. Jackson para coadjuvante? É a mesmíssima coisa.

(05:52:59) Revoltado!!! fala para Sérgio Rizzo: Até q ponto a direção de Fernando Meirelles influenciou na indicações do "O Jardineiro Fiel"?

(05:55:17) Sérgio Rizzo: Revoltado, Fernando Meirelles me parece o maior responsável pelo prestígio de O Jardineiro Fiel. O roteiro, por exemplo, embora indicado ao Oscar tem problemas sérios (dá para acreditar que um diplomata britânico seja sonso como o personagem de Ralph Fiennes? Apenas se você também acreditar em Papai Noel). É incrível o prestígio que Fernando adquiriu nos EUA com Cidade de Deus. Merecido, claro.

(05:55:23) Jaime fala para Sérgio Rizzo: Por ter sido um filme tão bem montado em relação de efeitos visuais voce não acha q Harry Potter devia ter sido indicado pra concorrer em melhores efeito especias????

(05:57:11) Sérgio Rizzo: Jaime, foram os profissionais de efeitos especiais que votaram. Segundo eles, Harry Potter não está entre os três melhores do ano nesse "departamento". Talvez tenha ficado em quarto. Quem sou eu para discordar de quem faz efeitos especiais?

(05:58:36) Sérgio Rizzo: Pessoal, foi um prazer conversar com vocês. Estou todas as quintas, às 15h30, no UOL News. Espero vocês por lá. Até.

Especial
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