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08/02/2006 - 10h07

Produtores musicais indicam quem deve bombar

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ADRIANA FERREIRA SILVA
TEREZA NOVAES
da Folha de S.Paulo

É inevitável. Neste ano, você vai ouvir ainda mais Marisa Monte, Chico Buarque, Arnaldo Antunes e Fernanda Abreu --eles são alguns dos artistas que têm novos discos programados para 2006. Mas, abaixo desse olimpo, entre os independentes, quem fará o barulho que o Cansei de Ser Sexy fez no ano passado?

A Folha conversou com 12 produtores --aqueles profissionais que acompanham o processo de gravação do artista-- que prestam serviço tanto aos indies quanto ao "mainstream", para saber quais são as tendências e os novos nomes que devem ecoar durante o ano. Além de trabalhar com artistas como Nação Zumbi, Pato Fu e Los Hermanos, eles produzem outros que, muitas vezes, não têm uma grande gravadora por trás, mas se dão bem graças ao boca-a-boca.

Bruno Miranda/FI
Céu lançou CD em outubro
Céu lançou CD em outubro
Eles apostam na consolidação de um cenário bastante criativo, que inclui bandas paraenses como o La Pupuña, os pernambucanos Mombojó, o coletivo paulista Instituto e o próprio Cansei de Ser Sexy. E também indicam nomes como o da cantora Céu e o do grupo Turbo Trio.

Se depender dos entrevistados, Céu irá ao estrelato. Cinco deles lembraram da cantora, que lançou seu primeiro disco de MPB em outubro do ano passado. Na época, ela se tornou a queridinha dos críticos, e, atualmente, superlota casas do circuito alternativo como o Grazie a Dio!, em SP, onde fez minitemporada no mês passado.

Para o produtor de Céu, Beto Villares, que já trabalhou com Pato Fu e Zélia Duncan, ainda "há muita coisa para acontecer". "O lançamento foi bem bacana e há uma perspectiva de distribuição maior, também fora do país."

Apollo 9, que convidou a cantora para participar de três faixas de seu primeiro disco, "Res Inexplicata Volans", também se derrama em elogios à moça. "O disco dela é maravilhoso. Talvez um dos mais legais do ano."

O carioca Marcelinho da Lua e Pena Schmidt, que produziu "Cabeça Dinossauro", dos Titãs, fazem uníssono. "Ela interpreta as canções de uma forma bem bacana. Uma maneira interessante de apresentar a música brasileira", opina Marcelinho.

Hip hop à brasileira

Samba, coco, funk carioca, repente e jazz são alguns dos ingredientes do temperado hip hop brasileiro. E seguem incrementado essa receita as bandas Turbo Trio, Z'África Brasil e Instituto. Os dois últimos apresentam neste ano o segundo disco da carreira.

"O rap underground está se consolidando", aposta Zé Gonzales, que produziu faixas de Seu Jorge, Racionais e Marcelo D2. "O novo CD do Z'África está muito bom. O Turbo também tem um trabalho legal", diz Gonzales.

"O Z'África tem um apelo brasileiro forte, calcado na cultura nordestina, misturando com embolada, maracatu e com a presença forte da zabumba. É o grupo que tem mais consciência de que o repente é o rap brasileiro", explica Daniel Ganjaman, um dos integrantes do coletivo Instituto.

Formado por artistas/produtores, o Instituto surgiu no cenário musical em 2002 com a elogiada coletânea "Coleção Nacional". O grupo é responsável pela produção de vários nomes do rap, entre eles, o Z'África, além de bandas como a Nação Zumbi.

O novo disco do grupo de Ganjaman, sem data de lançamento definida, terá participações internacionais, como o nigeriano Tony Allen, ex-baterista de Fela Kuti.

Veterano na cena, BNegão (ex-Planet Hemp) estréia em CD com sua nova banda, o Turbo Trio, parceria com Alexandre Basa e Tejo Damasceno, do Instituto.

"O Turbo é uma aposta para ser um grande nome da música, acredito que pode surpreender internacionalmente", afirma Carlos Eduardo Miranda, produtor de Raimundos, Cordel do Fogo Encantado e Otto.

Um dos mentores do Trama Virtual, site ligado à gravadora Trama que disponibiliza espaço para bandas na internet, Miranda destaca ainda os artistas on-line.

O Mombojó é um exemplo desse perfil de músico. A banda de Recife decolou com a ajuda de seu site próprio, no qual colocou todas as faixas do primeiro disco, "Nadadenovo". O novo CD do grupo deve sair neste ano pela Trama. É outro "segundo disco" que merece atenção.

A nova Recife

Se a terra do Mombojó foi fértil durante a última década, a próxima que promete dar frutos é Belém, no longínquo Pará.

A cena paraense, que mescla influência de ritmos locais (guitarrada e tecnobrega) e rock, tem despertado interesse de pessoas como Pena Schmidt. "É uma coisa muito fresca, com influência pouco conhecidas. Lembra o Caribe", descreve Schmidt. De lá, ele destaca Pio Lobato e o La Pupuña, um "surf music da pororoca".

Para o carioca Kassin, que assina, entre outras, produções para Los Hermanos e está trabalhando com Jorge Mautner, duas bandas da cena rock, do Rio, devem estourar: Moptop e Forfun. "Elas têm o apelo "messiânico" do Los Hermanos, além de serem boas."

É impossível saber se algum desses "novos" artistas será alçado além da barreira dos milhares de discos. Por ora, senhores, ouçam e façam suas apostas.

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